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Decretada prisão de policiais militares suspeitos de atearem fogo em homem no RS

Rio Grande do Sul: Foram presos os dois policiais militares suspeitos de terem ateado fogo em um homem em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A prisão preventiva de Luís Paulo Bosi da Silva e de Higor Ferreira Araújo foi decretada pela Juíza de Direito Camila Oliveira Maciel Martins, em plantão, na noite do sábado (25/02).

Um dos suspeitos já estava preso temporariamente e o outro estava solto, e se apresentou à polícia nessa segunda-feira (27/02).

Os PMs do 26º Batalhão de Polícia Militar são suspeitos do homicídio de Juliano Maximiliano Fialho, que faleceu no começo deste mês, após ter o corpo queimado.

Na decisão, a magistrada, que também atua no caso, junto a 1ª Vara Criminal de Cachoeirinha, explicou que os fundamentos da decisão se embasam na prova da materialidade delitiva e nos indícios suficientes de autoria do crime de homicídio qualificado.

E, ainda, devido ao risco concreto à ordem pública, à investigação e a instrução criminal, “tendo em vista que os policiais envolvidos têm pleno conhecimento dos moradores da região em que ocorreram os fatos”.

A Juíza destacou que a Brigada Militar é uma instituição de respeitabilidade, com atuação relevantíssima para a sociedade, “e situações deste jaez são isoladas e não refletem a honradez dos seus integrantes”.

“Com efeito, a Polícia Militar, um dos órgãos responsáveis pela segurança pública, nos termos do previsto no artigo 144, inciso V, da Constituição Federal, não pode ter agentes envolvidos em fatos desta natureza, sob pena de inversão de papéis e intensificação da sensação de impunidade, arriscando-se a perda da confiança da população e autorização para que se faça justiça privada”, considerou Camila Martins.

Crime
O crime aconteceu no começo da noite de 03/02/23, no bairro Anair.

De acordo com a investigação, quatro PMs estiveram no local, mas apenas dois teriam entrado na residência de Juliano e tiveram contato com ele momentos antes da vítima sair do local pegando fogo e pedindo por socorro.

Familiares relataram que ele já teria sofrido ameaças de morte anteriormente por policiais.

A suspeita é de que teria sido utilizado perfume para causar as queimaduras em Juliano.

Testemunhas que prestaram socorro ao homem relataram terem sentido um forte cheiro de perfume nele, levando a crer que a queimadura tenha ocorrido da combustão do produto inflamável.

A vítima foi conduzida por populares até a UPA em grave estado de saúde, vindo a falecer dias depois, no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre.

TJ RS

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