Doença pulmonar crônica mata quatro brasileiro por hora
Hoje (19) é Dia Mundial de Combate à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). No Brasil, o problema mata quatro pessoas a cada hora.O tabagismo apontado como principal causa da doença e relacionado a 90% dos casos.
Segundo o pneumologista Paulo Feitosa, um dos obstáculos para o controle da doença é a dificuldade de diagnóstico já que o principal sintoma da DPOC é a falta de ar ao fazer qualquer tipo de esforço, que muitas vezes acaba sendo atribuída à falta de condicionamento físico, ao envelhecimento e ou a outras doenças respiratórias ou cardíacas.
“A DPOC é uma doença muito prevalente e de alta mortalidade. Além disso, ela causa muito sofrimento ao paciente. O grande problema é que se faz o diagnóstico muito tardio da doença. A média é a cada 100 fumantes, 20 desenvolvem a DPOC”, disse o médico.
Para ele, a mortalidade causada pela doença no país é muito elevada. “Existem estudos que em algumas regiões do Brasil se tem DPOC em até 20% da população. Isso chama atenção, é um problema grave de saúde pública e precisa ser combatido.”
Para conscientizar a população sobre a doença, uma série de ações estão sendo realizadas hoje em Brasília, Salvador, Recife, São Paulo, Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP) e no Rio de Janeiro.
Em Brasília, um ponto de atendimento com médicos e enfermeiros foi montado na rodoviária do Plano Piloto, onde as pessoas podem obter informações sobre a doença e teste de função pulmonar, que é suficiente para dar diagnóstico da doença. A idéia é atrair principalmente fumantes e ex-fumantes com mais de 40 anos, que constituem o principal grupo de risco para a DPOC.
No local, estão sendo distribuídos folhetos explicativos com um questionário para as pessoas reconhecerem se estão no grupo de risco da doença respondendo a perguntas como “Você tosse várias vezes na maioria dos dias?” e ” Você tem falta de ar mais facilmente que as outras pessoas da sua idade?”.
O autônomo Roberto Soares Gomes, fumante, resolveu fazer o teste. “Valeu a pena passar aqui hoje. Eu achava que esses sintomas eram só por causa da idade e não são. Vou providenciar o tratamento.”
Embora tenha recebido o diagnóstico de DPOC, Roberto disse que provavelmente não vai largar o cigarro.
De acordo com Paulo Feitosa, apesar de existir medicações para reduzir o incômodo, a redução do tabagismo é a medida mais importante para os pacientes com DPOC, pois é a única que permite uma redução significativa na progressão da doença.
“Felizmente, é uma doença que tem tratamento. Os remédios melhoram a qualidade de vida dos pacientes e diminuem as idas ao pronto socorro, as internações hospitalares e aumentam m tempo de vida do paciente”, explicou o médico.