Eu digo mesmo eu te amo, e nunca ai loviú
Com o burro do dinheiro.
Que estou muito rica.
Que não suporto mais o breque do pandeiro.
E fico arrepiada ouvindo uma cuíca.
Disseram que com as mãos
Estou preocupada.
E corre por aí.
Que eu sei certo zum zum.
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada.
E dos balangandans já “nem” existe mais nenhum.”
Composição: (Luis Peixoto e Vicente Paiva)
Não bastasse o estupro (mais um!) cometido contra a nossa combalida e desmoralizada Língua Portuguesa, ante a última Reforma Ortográfica realizada – muito mais em benefício aos intere$$e$ do jurássico Senador José Sarney –, outro hediondo e continuado crime, já de longa data, mostra a sua nojenta face: o anglicismo!
A globalização já é fato consumado no mundo, e hoje, mais do que nunca, ela impõe ameaça a nossa linda, amada, idolatrada, salve, salve Língua Portuguesa.
Talvez ninguém perceba que o nosso único patrimônio vivo está perdendo sua independência; não para a mesma nação portuguesa, exploradora do Brasil por longos séculos, mas por uma devastadora miscigenação de idiomas.
Publicitários, jornalistas e demais brasileiros responsáveis por boa parte da nossa leitura, utilizam o estrangeirismo como arma para atacar o nosso pouco resistente idioma português. Diante deste parâmetro, nasce uma questão dos defensores deste idioma – e eu sou um deles –: o estrangeirismo é essencial para nossa língua?
O estrangeirismo revigora e enriquece a língua. Supre necessidades que surgem com o advento da globalização. O seu uso correto e adequado deixa o texto objetivo. Porém, um EXAGERADO DESLUMBRAMENTO deste recurso provoca a desvalorização da Língua Portuguesa.
O anglicismo detém uma presença extremamente forte em todos os setores, principalmente nas áreas de informática (download, e-mail), publicidade (outdoor), jornalismo (news, release), alimentação (fast food, hot dog), autosserviço (self service), lavagem a seco (dry cleaning), serviço e loja para animais de estimação (pet shop), professor de ginástica individual (personal training), técnico esportivo, mentor ou orientador (coach) e programa televisivo para o emburrecimento geral da nação (big brother I, II, III,IV…).
Às vezes algum conservadorismo da língua pode ser ridículo, concordo. Mas a invasão está sendo em demasia, tornando-se, assim, nociva. Basta nos descuidarmos, advogado, barbeiro, padeiro, orientador de carreira (ou de profissão) serão bisonhamente “vertidos” para lawyer, barber, baker e personal & professional coach.
Que o Divino nos livre de tamanha barbárie