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Fenômeno El Niño pode atingir o Estado nos próximos meses

O Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), coordenado pela Fepagro, divulgou na última sexta-feira (9) seu Boletim Trimestral. Referente aos meses de maio, junho e julho, o documento aponta para a possibilidade de ocorrência do evento El Niño no Rio Grande do Sul, no final do inverno e início da primavera.

A análise da superfície do mar no Pacífico Equatorial indica uma elevação em sua temperatura nos próximos meses, o que poderá contribuir para o surgimento do El Niño. Se confirmado, o evento climático fará com que as chuvas aumentem no final do inverno. Quanto às temperaturas máximas e mínimas, a tendência é que se mantenham abaixo do padrão climatológico em todo o Estado.

O boletim também traz indicações técnicas para as principais culturas do Rio Grande do Sul neste período:

Arroz
– Antecipar a adequação das áreas destinadas à lavoura para a próxima safra, principalmente as atividades de preparo e sistematização do solo e drenagem, para possibilitar a semeadura na época recomendada;
– Considerando a tendência de chuvas abaixo da média no trimestre maio, junho e julho, recomenda-se que os produtores fiquem atentos para a questão da captação e armazenamento de água para a próxima safra.

Feijão safrinha
– Colher e armazenar o grão assim que atingir a maturação (ponto de colheita);
– Dar atenção especial ao horário de colheita, velocidade de operação e regulagem da colhedora, objetivando evitar perdas.

Fruticultura
– Manter a cobertura morta, de forma que esta proteja o solo e retenha a água;
– Realizar adubação somente quando o solo apresentar umidade adequada;
– Para minimizar danos por geada em frutíferas, evitar a adubação com nitrogênio, tendo em vista o estímulo a novas brotações no período frio;
– Para cultivos em ambiente protegido, elevar a radiação solar no ambiente, retirando as telas.

Silvicultura
– Em povoamentos florestais, deve ser evitada a adubação mineral ou orgânica com elevadas concentrações de nitrogênio;
– Para produção de mudas florestais em céu aberto, caso o viverista tenha necessidade de aplicar fertilizantes, deve aumentar a relação potássio/nitrogênio da formulação mais indicada para cada espécie e estádio.

Pastagens
– Realizar o plantio de forrageiras de inverno, anuais ou perenes, o mais cedo possível, havendo condições de umidade do solo;
– Reduzir a carga animal em pastagens naturais;
– Diferir potreiros com pastagens cultivadas de inverno e campo nativo melhorado com sobressemeadura de espécies hibernais para permitir o reestabelecimento dessas espécies e acumular forragem para o período hibernal.

Culturas de inverno
– Escalonar a época de semeadura dentro do período indicado pelo zoneamento agrícola;
– Nos cereais, utilizar, preferencialmente, cultivares resistentes a doenças.

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