Funcionários do hospital querem suspender atendimento em Osório: "A gente está acampado", diz enfermeira - Litoralmania ®
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Funcionários do hospital querem suspender atendimento em Osório: “A gente está acampado”, diz enfermeira

Os funcionários do hospital São Vicente de Paulo querem suspender atendimento a pacientes. A decisão foi tomada em reunião realizada na manhã desta quinta-feira em frente ao Posto de Saúde Central em Osório.

Com salários atrasados desde o quinto dia útil deste mês, a paralisação se dá também pelas condições de trabalho que segundo a enfermeira Caroline Gomes, ouvida pelo Litoralmania, não são as ideais.

– A gente está acampado, não temos mais condições de atender as pessoas desta maneira, está sendo injusto com a população de Osório, está sendo injusto com os servidores do hospital. Estamos com o salário atrasado desde o quinto dia útil do mês. Não há informação sobre o nosso futuro, como servidor, como funcionário, não temos condições psicológicas, não temos condições de dar a assistência necessária para o nosso paciente, então é por isto que estamos reivindicando uma paralisação.

Porém, mesmo que o atendimento seja suspenso, Caroline tranquiliza a população.

– Não vamos omitir socorro, de nenhuma maneira, aquele paciente que for enquadrado como eminente de risco de morte, aquele paciente que necessite mesmo de atendimento, ele vai ser atendido, vai ter uma equipe especializada para atendê-lo.

A profissional também falou que a proposta de paralisação já deveria ter ocorrido anteriormente.

– Acho que nós aceitamos por muito tempo este tipo de qualidade de atendimento e a população também. Pedimos ajuda a população, vamos tentar reabrir este hospital de Osório, temos governantes daqui que estão no governo estadual, no federal, e tem condições de buscar, só falta boa vontade.

Litoramania – A adesão nesta paralisação é de 100%?

Caroline Gomes – A adesão é de 100%. Algumas pessoas não estão aqui, pois trabalham em outro local de manhã e estão de plantão.

Litoramania – O salário está atrasado desde quando?

Caroline Gomes – Desde o quinto dia útil do mês.

Litoramania – A situação em relação às condições de trabalho, nós temos informação que não é a ideal. É isto mesmo?

Caroline Gomes – O horário de descanso o pessoal não está tendo onde fazer, até ontem foi desmanchada algumas camas que nós tínhamos lá em cima no auditório que foi cedido pela prefeitura municipal. Então, estamos tirando o intervalo de uma hora que é por direito em cima de uma cadeira, a alimentação da noite está sendo um sanduíche. Sem condições para pessoas que trabalham 12 horas de pé, atendendo, prestando auxílio a pessoas doentes, não tem condições ter este tipo de alimentação.

Litoramania  – Pelo que vimos esta paralisação não é só pelo salário atrasado, mas também pelas condições que os profissionais estão enfrentando para trabalhar no Posto Central. Qual seria a solução?

Caroline Gomes  – Reabrir o hospital e dar para nós uma previsão de futuro, por que somos profissionais, nós concluímos uma faculdade, um curso técnico, estamos aqui porque gostamos. Tem várias pessoas que já pediram demissão, não aguentaram esta pressão psicológica que a gente passa todos os dias, de chegar uma pessoa e não conseguir resolver o caso dela aqui e ter que ficar no telefone implorando leito nos hospitais do Litoral Norte e Porto Alegre, por que não temos condições e isto está inviável.

O que diz a Assessoria de Imprensa do hospital

Os funcionários do Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, da cidade de Osório, irão paralisar as atividades. Com isso, o atendimento no posto de Saúde Dr. Flávio Silveira acontecerá apenas em casos de urgência e emergência. Para tais fins, 30% dos profissionais da saúde seguirão no plantão.

Os funcionários cobram a reabertura do hospital, fechado desde o sinistro ocorrido no dia 17 de maio. Segundo eles, as condições para o trabalho no posto de saúde são precárias.

A paralisação terá início na próxima quinta-feira (27/11), às 9h30min. Os funcionários seguirão rigorosamente a Lei e só irão parar as atividades depois do cumprimento das 72 horas previstas em Assembleia Geral que será feita na segunda-feira (24/11).

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