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Idade da razão

Caquético, velho, meia idade, melhor idade, de todos estes adjetivos que estão dando e sempre deram para os que passaram ou estão passando dos sessenta nos, eu ainda prefiro a idade da razão.

Porque, queiram ou não aos mais novinhos faltam-lhes a experiência que só o tempo e a vida nos dá. Vai um destes técnicos em informática fazer uma peça para aquela máquina importante, mas já sem peça de reposição, que está parando uma indústria. Só um velho torneiro, com muita calma e paciência consegue atingir o ponto exato da curva que a peça tem, da reentrância mais além. Beleza, mas a informática hoje consegue tudo.

Mas nós não conseguimos o mesmo com muito menos recursos do que tem estes jovens? Senão como teríamos chegado até o ponto em que eles estão?

Esta é a experiência que só os mais idosos têm e que ninguém pode roubar, da vida. Mas em outros pontos parece que estes jovens senhores da idade da razão não se saem tão bem. O coração, por exemplo. Viúvos ou divorciados, aliás, como as mulheres de meia idade estão aumentando o número de pedidos de divórcio hoje em dia, desejam ardentemente conseguir uma nova companheira, para completar a caminhada, para ainda poder contemplar juntos um por de sol e comentarem o formato estranho daquela nuvem.

Ou ainda, os com mais posses, aquela viagem há muito sonhada e nunca realizada. E sofrem, como um jovem de dezoito anos em seu primeiro amor. Ela não te dá tanta atenção que você acha que merece, não responde a seu telefonema. Por que será? Está desgostando de você? Se encheu de ouvir suas ladainhas? Não, não ouviu o telefonema porque estava no pátio conversando com uma vizinha. Outra coisa já não se faz mais vizinhas como antigamente.

É difícil ver-se duas donas de casa encostadas nos muros de suas residências conversando. Voltando ao velho. Venha assistir a novela comigo!!! Não, estou conversando com meu filho ao telefone. Isto quando não querem a independência total.

Os namoridos. Vivem aparentemente juntos, mas moram em casas separadas. Não querem mais ficar dando satisfações a toda hora, nem reclamar do xixi na tampa do vaso, ou lavar uma cueca. São livres e adoram isto.

Deus me livre em me casar novamente. E o velho coração bate sofrido, daquilo que tinha e perdeu, talvez em razão da idade.

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