Investigação revela ligação de facções em golpe com máquinas de ursinhos de pelúcia
Brasil: O delegado Pedro Brasil, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) do Rio de Janeiro, anunciou o avanço da segunda fase da Operação Mãos Leves, que foca em desmantelar quadrilhas que exploram máquinas de bichinhos de pelúcia para atividades ilícitas.
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As investigações apontam para o possível envolvimento de facções criminosas na prática do “golpe da garra fraca”, um esquema utilizado para lavagem de dinheiro.
“Encontramos indícios claros de que organizações criminosas possam estar utilizando essas máquinas para lavar dinheiro. Durante buscas na residência de um dos suspeitos, apreendemos R$ 260 mil em espécie e US$ 60 mil. Isso sugere que essa atividade seja extremamente lucrativa ou que esteja havendo lavagem de dinheiro”, explicou o delegado Pedro Brasil.
O esquema fraudulento consiste em modificar as máquinas de bichinhos de pelúcia, equipando-as com contadores de jogadas que controlam a força da garra.
Esses dispositivos eletrônicos limitam a energia enviada para a garra, fazendo com que os brinquedos sejam capturados apenas após um número específico de tentativas.
Dessa forma, os clientes perdem suas jogadas com mais frequência, transformando o que deveria ser um jogo de habilidade em um verdadeiro jogo de azar.
“Os donos das máquinas têm a capacidade de decidir quando a garra terá força suficiente para agarrar o pelúcia. Isso significa que o resultado depende muito mais de sorte do que de habilidade, caracterizando um jogo de azar”, detalhou Brasil.
Além das máquinas alteradas, a operação também encontrou pelúcias falsificadas de marcas conhecidas, junto com aparelhos eletrônicos, documentos, celulares e computadores.
A descoberta de bonecos pirateados levou ao início da investigação em maio, quando a primeira fase da Operação Mãos Leves foi deflagrada.
Pedro Brasil ressaltou que, inicialmente, as acusações serão direcionadas às empresas que fabricam e distribuem os equipamentos adulterados, não aos comerciantes que apenas disponibilizam o espaço para as máquinas.
Se confirmadas as acusações, os envolvidos podem enfrentar processos por associação criminosa, jogos de azar, além de crimes contra o consumidor, a propriedade imaterial e a economia popular.
“Embora pareça uma atividade de menor gravidade, a realidade no Rio de Janeiro mostra que operações lucrativas acabam sendo absorvidas por facções criminosas violentas, o que fortalece e expande essas organizações”, concluiu o delegado Brasil.
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