Irã critica sanções e apela à União Europeia
As informações são da Irna, a agência oficial de notícias do Irã. Segundo o secretário, a carta foi enviada à União Europeia em resposta a uma correspondência anterior remetida por Ashton, pedindo que as negociações sejam retomadas. Na carta aos europeus, o iraniano faz três perguntas sobre as posições da comunidade no que se refere à política externa. Jalili quer saber se a negociação com o Irã respeitaria os direitos legítimos da população do país, qual é a disposição da comunidade europeia para evitar pressões e, por último, como o bloco observa o suposto armazenamento de armas nucleares por Israel. “Os europeus devem abandonar as políticas atuais e corrigir erros”, disse Jalili. “Vocês precisam conquistar a confiança do povo iraniano, mais do que nunca”.
No começo do mês passado, a União Europeia aprovou sanções extras ao Irã, complementando medidas restritivas que já haviam sido definidas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. As restrições afetam principalmente as áreas comercial e militar do país. Antes, em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, negociaram com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a troca de urânio. Pela proposta, o Irã enviará 1,2 tonelada de urânio levemente enriquecido para a Turquia e, depois receberá 120 quilos do produto enriquecido a 20%. Mas a comunidade internacional considerou o acordo insuficiente.
“É muito interessante que, apesar dos esforços feitos pelos governos brasileiro e turco para a retomada das conversações, os europeus têm sido relutantes nos últimos três meses. Mas logo depois [das sanções definidas pelo Conselho de Segurança, os europeus] manifestaram pronto interesse em retomar as negociações”, afirmou Jalili.
Em seguida, o iraniano reclamou das sanções extras impostas por europeus e norte-americanos. “Seguindo seu pedido de retomada das negociações, os governos dos Estados Unidos e da União Europeia impuseram uma nova série de sanções em contradição à abordagem que prega o diálogo”, criticou Jalili.