“Logo Ali ao Sul” de Capivari do Sul é selecionado para a Mostra Gaúcha de Curtas
Segundo o crítico Robledo Milani, “A diversidade de gêneros, assuntos e estilos entre os curtas gaúchos, é um aspecto a ser destacado. São trabalhos que não se restringem mais somente à capital. Teremos um painel bem amplo e indicativo do que de melhor foi feito cinematograficamente no Rio Grande do Sul no último ano”.
Kinzeski explica – Com a tecnologia praticamente ao alcance de todos, podemos realizar os filmes com custos bem mais acessíveis. Construímos um roteiro fechado, baseado num acontecimento inóspito, isolado com uma carga dramática bem pesada no final. É uma tensão pontual, que apresenta uma história e personagens originais, que não são adaptados de uma matriz literária ou inspirados em alguém real. A atmosfera se passa em uma lavoura de arroz, idéia essa que surgiu da necessidade de criar um roteiro diferenciado dos curtas-metragens que estamos acostumados a assistir.
O filme não possui diálogos e a carga de interpretação dos atores é mais exigida. É de uma proposta estética e temática diferenciada. A atuação minimalista de Franciele, incorpora com precisão o drama que o circula. Mais do que um filme de drama, trata-se da história de uma família desestruturada, de convívio conturbado.
Há ocasiões em que fazemos filmes que refletem as nossas vidas. Nesse caso não foi o que aconteceu, mas com certeza, apesar de ficcional, se aproxima da vida real. Tive a oportunidade de preparar uma equipe técnica, pessoas que nunca haviam trabalhado com cinema na qual cumpriram suas funções de forma satisfatória em prol do filme. A protagonista é a atriz profissional Franciele Aguiar que atua em teatro na capital gaúcha.
Os outros integrantes são Eduardo Souza, Thainá Pacheco e Thiago Epifânio (esses de Capivari) e Jorge Nunes (Granja Vargas) completam o elenco do filme. A trilha sonora ficou a cargo da Professora Nora Nunes. Apesar do estranhamento, de não haver diálogos, o recurso funciona e o espectador de imediato parece levado à solidão, ao isolamento. O barulho constante de vento incomoda, perturba, mas é o propósito do curta. Ser visto quando se trabalha fora da Capital é uma dificuldade ainda maior.
“No interior, temos menos acesso a financiamentos. A dificuldade para fazer um filme nos faz pensar bem no tipo de produção que queremos.
No nosso caso, fizemos o filme para competição, assim terá mais visibilidade e alcance de público, que é o principal objetivo do curta, ser assistido por maior número de pessoas. Conseguimos apoios fundamentais de empresas locais, facilitando a concretização desse projeto cinematográfico. As empresas que colaboraram foram: Madecasa, Mercado Parati, Agro Santos, Postos Evel – Megapetro, Auto Center Capivari, Mercado Xavier, Agropecuária Trevo, MBS Info, Restaurante D`el Rato e JL Agro Industrial”, disse o diretor.
Foram 72 filmes inscritos para a pré-seleção e 18 foram selecionados para a competição da Mostra Gaúcha. O nosso curta Logo Ali ao Sul está entre os selecionados.