Novo secretário promete renegociar dívidas de clubes
O secretário anunciou que, a partir de março, começará a percorrer o país para ouvir de desportistas e autoridades sugestões sobre medidas para melhorar o futebol brasileiro. Nascimento antecipou, no entanto, sua fórmula para resolver o problema do endividamento dos grandes clubes: os débitos serão renegociados desde que as entidades esportivas se adequem a uma série de condições para receberem o benefício, entre as quais “profissionalização da gestão, transparência na administração e fim das eternas reeleições de dirigentes”.
Nascimento disse que o clube que se recusar a cumprir essas condições não terá sua dívida renegociada, pois “o governo não pode dar dinheiro em troca de nada”. Ele disse ter aceitado “por idealismo” o convite do ministro do Esporte Aldo Rebelo para deixar o jornalismo do Rio de Janeiro, onde era editor de esportes de um jornal há 16 anos. De acordo com o secretário, a decisão causou espanto entre os colegas, que o tacharam de louco. “Mas sou louco mesmo”, brincou.
Quanto à questão dos preços dos ingressos, Toninho Nascimento disse se preocupar com o “risco de as empresas que assumirem os estádios privatizados aumentarem demais os preços para se ressarcirem dos investimentos”. Para ele, isso poderia elitizar o futebol, afastando o torcedor que não puder pagar pelo ingresso. O secretário disse que não sabe qual a solução para o problema, mas, por enquanto, quer “pelo menos gritar” para que isso não ocorra.
Segundo Toninho Nascimento, a mudança no modelo de gestão dos clubes brasileiros é imprescindível, pois “o mundo está mudando” e eles precisam acompanhar a evolução que está ocorrem no futebol mundial. “Não pretendo reinventar a roda, mas fazer com que ela se mova com mais desenvoltura”, disse.
O ministro Aldo Rebelo disse que a experiência profissional de Toninho Nascimento como jornalista esportivo foi fundamental para convidá-lo a assumir o cargo. O ministro, que torce pelo Palmeiras, lembrou as origens do esporte no país com os ingleses e a posterior democratização, que permitiu a entrada de negros e pobres. “Nossos clubes são instituições nacionais, muitos deles já centenários, e precisamos cuidar deles, pois o futebol é um patrimônio do país”, disse Aldo Rebelo.