Paradoxo entre discurso e ação: Estado acata recursos da maioria e o vermelho vira laranja
Após colocar 90% do Estado sob bandeira vermelha na sexta-feira (17), o governador Eduardo Leite divulgou nesta segunda (20) um mapa bem menos restritivo.
Ao ingressar na 11ª semana de distanciamento controlado, o Piratini estipulou ressalvas a apenas oito das 20 regiões.
O novo cenário mostra uma situação paradoxal. Até semana passada, o Rio Grande do Sul tinha 10 territórios sob bandeira vermelha, ante 76% de ocupação das UTIs.
Agora, com esse índice subindo para 78% e um discurso cada vez mais enfático das autoridades, caiu o número de regiões em alerta crítico para contaminação por coronavírus.
Seguem sob bandeira vermelha Porto Alegre, Canoas, Capão da Canoa (Litoral), Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Palmeira das Missões, Passo Fundo e Taquara — os últimos quatro tiveram recursos indeferidos.
Todas são reincidentes no alerta de risco. No total, são 132 municípios onde a quarentena deve ser mais intensa, com 6,6 milhões de gaúchos (58% da população) sob recomendação de confinamento.
Em contrapartida, o gabinete de crise deferiu os pedidos de reconsideração de 10 regiões.
Retornam para a bandeira laranja Santa Maria, Santo Ângelo, Santa Rosa, Santa Cruz do Sul, Uruguaiana, Erechim, Cachoeira do Sul, Cruz Alta, Ijuí e Lajeado.