Parentes de vítimas criam Dia Nacional sem Vôos

Os parentes de vítimas do acidente com o avião da TAM e as organizações não-governamentais que participaram de um protesto da manhã de hoje, pelas ruas de São Paulo, pretendem fazer, no dia 18 de agosto, o que chamam de “Movimento Pé no Chão”, solicitando para que as pessoas façam um boicote e evitem voar nesse dia.

– No dia 18 de agosto haverá o Dia Nacional sem Vôos – explica Sandra Assali, presidente da Associação Brasileira de Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa). De acordo com ela, as pessoas serão orientadas para que, nesse dia, não comprem passagens aéreas. Um site, www.noflyday.com.br, foi criado para que as pessoas dêem sugestões sobre o que pode ser feito nesse dia como forma de protesto.

– É muito triste, mas companhias aéreas e esses órgãos só entendem a linguagem do bolso. Tem de afetar de uma forma que eles entendam. Porque sensibilidade eles não têm – afirma Assali.

– Nós vamos mostrar que a sociedade é quem tem o poder. A gente precisa ser respeitado – diz Sérgio Morisson, um dos idealizadores da manifestação ocorrida hoje e que atraiu, segundo a Polícia Militar, cerca de 5 mil pessoas.

Além do protesto previsto para o dia 18 de agosto, outras duas manifestações estão sendo estudadas pelos familiares e pelas entidades não-governamentais. A primeira delas, um protesto contra o governo Lula, deve ocorrer no dia 04 de agosto, a partir das 14h, na Avenida Paulista. A segunda, prevista para o dia 17 de agosto, um mês após o acidente com o avião da TAM, pretende decretar um minuto de silêncio, em todos os pontos do Brasil.

– Onde estivermos, nós vamos parar, em nível nacional, para fazer um minuto de silêncio, provavelmente no horário do acidente – afirmou Assali.

O grupo saiu do Parque do Ibirapuera e seguiu num protesto até o terminal de cargas na Avenida Washington Luis, onde o Airbus A320 da TAM colidiu. Muitos estavam vestidos de preto, com narizes de palhaço, e carregavam flores. Carregavam faixas com palavras de ordem como “Sociedade exige respeito”, “Chega de impunidade” e “Respeito ao cidadão”. Acompanhado por um carro de som, o grupo fez um minuto de silêncio ao chegar ao local do acidente.

Entre os organizadores da manifestação, estão Associação Brasileira de Parentes de Vìtimas de Acidentes Aéreos, ONG Cria Brasil e SOS Mata Atlântica.