Professores brasileiros têm perfil jovem, aponta pesquisa
O principal objetivo do estudo é levantar dados sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de trabalho que as escolas oferecem aos seus profissionais. Para a secretária de educação básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, é positivo o fato de 22% dos docentes ter menos de 30 anos. “Atrair novos talentos para a carreira é importante. O próximo passo é garantir que ele tenha um bom plano de carreira, salários adequados e boas condições para que ele permaneça na profissão até se aposentar”, avaliou.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Franklin Leão, o percentual de jovens no magistério ainda é baixo. Ele acredita também que muitos professores com mais de 50 anos abandonam a carreira. “O professor ingressa na carreira jovem, aos 20 e poucos anos, mas depois de dez anos não vê perspectivas de um futuro melhor e vai procurar outras carreiras que ofereçam ganhos salariais melhores”, aponta.
Outra questão em que o Brasil difere dos outros países participantes da pesquisa é no que diz respeito a cargos diretivos nas escolas. Aqui, as mulheres ocupam a maioria dos postos de direção (76%) das unidades escolares, enquanto no resto do mundo a função é majoritariamente dos homens.
A pesquisa detecta que as escolas brasileiras têm pouca autonomia de gestão. Os resultados globais apontam que 75% dos professores trabalham em unidades escolares em que os diretores têm pouca autonomia em relação ao salário dos professores, mas essa independência aumenta em relação a contratações e demissões de pessoal, além de gestão de recursos. Mas no Brasil, cerca de 25% dos docentes estão em escolas em que a direção tem autonomia para gerir pessoas.
Pilar explica que esse resultado é reflexo da forma como o sistema escolar se organiza no país. As secretarias de educação são as responsáveis por administrar o sistema público e as unidades são organizadas em redes. Na avaliação da secretária, o modelo fortalece as escolas, sem prejuízo para a qualidade da educação. “A escola precisa ter a autonomia resguardada no que diz respeito à definição do seu projeto pedagógico e ao relacionamento com a comunidade.”
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