Que Venha o Carnaval
Dizem que o ano só começa depois do carnaval e parece que esse ano não será diferente, inclusive no mercado. Isso não quer dizer que nós, ávidos capitalistas de mercado que somos, tenhamos deixado de lado essa instituição sagrada chamada “mercado”. Alguns podem até ter tirado férias ou descansado por alguns momentos nesses quentes e ensolarados dias de verão. No entanto, muita coisa já aconteceu no campo econômico e no plano geopolítico. Tudo isso tem influenciado a nossa Bolsa.
Daria para passar uma borracha nesses últimos 39 dias de pregão do ano e começar tudo após o carnaval que ninguém sentiria muita diferença. Na verdade, a Bolsa começou a 1ª quinzena do ano subindo bem. Até que engatou um movimento de baixa até meados de fevereiro. Aí, sem mais nem menos, voltou a subir. Até que, no início dessa semana, o recrudescimento das tensões na África (dessa vez na Líbia) deu início a um leve movimento de queda que fez com que nossa Bolsa alcançasse cerca de 3% de queda no ano. Sobe, desce, sobe, desce…realmente um período sem tendência.
Por isso minha sugestão é de deixar tudo de lado e comemorar! Mas comemorar o quê?
Todos anos “pulamos” carnaval sem motivo algum, não é mesmo?! “Bebemoramos” os mais diversos motivos, ou mesmo a falta de motivos. Então esse ano não será diferente! Nesse momento, podemos comemorar a libertação do Egito da ditadura de 30 anos em que o país vivia. Ou a posse da primeira mulher como presidente do Brasil. Ou ainda o bom momento macroeconômico brasileiro ou o lucro recorde obtidos por grandes empresas brasileiras como a Vale, que em 2010 reportou Lucro Líquido de R$ 30 bilhões.
Enfim, motivos a gente acha! O objetivo é espantar o momento ruim e as tensões e, passado o carnaval, de alma lavada, começar o ano. Dessa vez, com o pé direito.
Ainda temos mais uma semana para o carnaval. Antes de festejarmos, cabe salientar que mês que vem virá um turbilhão de informações. Começando pelos primeiros dias. A primeira semana do mês será cheia: tem definição da Selic internamente e decisão de Juros do Banco Central Europeu. Nos EUA, o payroll que fala do mercado de trabalho norte-americano.
No mês passado, o dado veio ruim e, recentemente, soubemos do PIB, que se mostrou fraco, além de sondagens industriais divulgadas no mês que trazem um tom pessimista. Na China, teremos dados industriais, que devem mostrar uma desaceleração da atividade. Cabe ficar atento ainda ao movimento do petróleo, que apresenta forte alta com as tensões na África. Se, para os produtores de petróleo (como árabes e a nossa Petrobras), o movimento de apreciação da commodity é bom, para vários setores, isso soa como aumento dos custos e não agrada. Temos que ter atenção também ao detalhamento de cortes de gastos brasileiros, que podem afetar setores específicos.
Quanta coisa não é mesmo? Depois de tanto indicador, só mesmo com uma pausa para descansar a cabeça. Que venha o carnaval e que a festa chegue à nossa Bolsa então!