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Rei da Espanha bate boca com Chávez

O rei Juan Carlos, da Espanha, abandonou o plenário da 17ª Cúpula Ibero-Americana neste sábado(10) em protesto contra as críticas ao ex-presidente espanhol José María Aznar feitas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

O rei tomou a decisão para mostrar o “mal-estar da delegação espanhola”, de acordo com o presidente atual, José Luis Rodríguez Zapatero, que ficou na sessão.

Michelle Bachelet
Após permanecer durante alguns minutos em uma sala adjacente ao plenário, o monarca preferiu retornar para assistir à cerimônia de encerramento da Cúpula a pedido da anfitriã, a presidente do Chile, Michelle Bachelet, que foi pessoalmente buscá-lo.

As críticas mais pesadas contra Aznar foram feitas por Chávez e pelo presidente da Nicarágua, Daniel Ortega. Mas foi o último discurso do venezuelano que provocou a reação do rei.

Zapatero tinha se queixado com Chávez por seus ataques a Aznar. O presidente venezuelano respondeu evocando seu direito a se expressar.

Nesse momento, o rei Juan Carlos I apontou o dedo para Chávez e disse: “Por que você não cala a boca?”.

Minutos depois, quando Ortega criticava o comportamento da empresa espanhola Unión Fenosa, o monarca deixou a sala e não ficou presente durante a execução do hino chileno, que encerrou os debates.

“Fascista”
Antes desse último episódio, Hugo Chávez tinha criticado Aznar, chamando-o mais de uma vez de “fascista” e acusando-o de ter apoiado o golpe em seu país de abril de 2002.

Chávez, que já chamara Aznar de “fascista” nas sessões da cúpula na sexta-feira, insistiu nas críticas. Ele contou que, em uma conversa privada, Aznar teria dito “esses se f.” em referência aos países mais pobres do mundo.

Em seguida, Zapatero pediu a palavra, para lembrar ao venezuelano que ele estava em uma mesa com Governos democráticos que representam seus cidadãos em uma comunidade que tem como princípio essencial o respeito.

“Pode-se estar nos extremos opostos de uma posição ideológica, e não serei eu quem estará perto das idéias de Aznar. Mas ele foi eleito pelos espanhóis e exijo esse respeito”, disse Zapatero, enquanto Chávez tentava interrompê-lo defendendo seu direito de opinar livremente.

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