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Restos mortais desaparecem de cemitério e família busca por respostas no RS

Rio Grande do Sul: Uma família de Santa Maria, na região central do Estado, vive um drama angustiante há quatro meses, buscando incansavelmente pelos restos mortais de Eloci Ribeiro Rodrigues, falecida em abril de 2022.

O desaparecimento do corpo ocorreu no início deste ano no Cemitério Ecumênico Municipal, mergulhando a família em um estado de dor e incerteza.

O episódio veio à tona em abril, quando os filhos de Eloci, durante uma visita ao túmulo, descobriram que outra pessoa havia sido enterrada no local.

Para surpresa e desespero da família, a gaveta funerária, que havia sido alugada por três anos, exibia o nome e a foto de uma pessoa desconhecida.

Imediatamente, os familiares buscaram respostas junto à administração do cemitério, que se mostrou incapaz de esclarecer a situação.

A busca por explicações levou-os até a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, responsável pela gestão do cemitério, onde também não obtiveram respostas satisfatórias.

Carla Ribeiro Rodrigues, filha de Eloci, relatou que a família foi recebida pelo por um secretario municipal que confirmou um erro grave: o túmulo de Eloci havia sido exumado indevidamente e disponibilizado para outra pessoa.

Essa revelação só aumentou o sofrimento da família, que desde então, tenta localizar os restos mortais da mulher.

Diante da falta de respostas, a família entrou com uma ação de danos morais contra o município de Santa Maria em julho deste ano.

Além disso, um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), e o caso foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Polícia (3ª DP) da cidade.

Também foram abertos dois protocolos de reclamação na ouvidoria municipal, na esperança de que o caso seja solucionado.

Carla desabafa sobre o sofrimento que a situação tem causado: “Só quero saber onde está minha mãe. Quero receber os restos mortais dela para enterrá-la em um jazigo da família. Parentes me perguntam sobre ela, querem visitá-la, prestar homenagens, mas não sei o que dizer.”

Segundo Luto

Eloci, que era viúva há mais de 20 anos e mãe de três filhos, faleceu aos 68 anos, após uma rápida e dolorosa luta contra um câncer de pâncreas, diagnosticado em novembro de 2021.

Além de ser uma avó dedicada, Eloci era apaixonada por crochê e muito ligada à família.

Carla expressa a profunda tristeza que a perda e o desaparecimento dos restos mortais da mãe têm causado: “Nem gosto de pensar em como tudo isso está sendo. Depois de tudo que ela passou, queríamos que ela descansasse em paz.

A sepultura era o único lugar que restou dela. Queríamos um lugar para ir, acender uma vela, fazer uma oração.

No Dia das Mães, não tivemos onde homenagear nossa mãe.”

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