Sonda espacial Rosetta entra na órbita de cometa
“Ela chegou ao cometa”, afirmou Sylvain Lodiot, responsável pelas operações de voo da Rosetta na AEE, desde o centro de controle de Darmstadt, no centro da Alemanha. Este é o primeiro dispositivo espacial a conseguir orbitar um cometa.
A sonda espacial percorreu seis bilhões de quilômetros pelo espaço, numa viagem que durou dez anos, antes de alcançar o cometa, que se encontra atualmente a 400 milhões de quilômetros da Terra. Constituído de gelo, rocha e pó, o cometa poderá lançar uma nova luz sobre como os planetas se formam.
Em novembro, uma pequena sonda robô, denominada Philae, vai ser lançada da Rosetta em direção ao Tchourioumov-Guérassimenko, na primeira vez que um dispositivo de origem humana aterrissa num cometa.
O diretor-geral da AEE, Jean-Jacques Dordain comemorou o feito, fruto de 20 anos de trabalho, desde a construção, lançamento da sonda de três toneladas e chegada ao seu destino. “A Rosetta é uma missão única pelo seu objetivo científico”, afirmou Dordain, adicionando que “conhecer as nossas origens é a melhor maneira de conhecer o nosso futuro”.
Lançada em março de 2004, a sonda teve que orbitar a Terra e Marte por quatro ocasiões, usando a força gravitacional dos planetas para se impulsionar de encontro ao cometa. A sonda entrou num período de hibernação de 31 meses assim que a luz solar se tornou fraca para os painéis solares que lhe fornecem energia.
A hibernação acabou em janeiro deste ano, quando a sonda iniciou uma série de manobras complicadas para acompanhar o cometa. A última manobra foi um pequeno disparo de aceleradores que durou seis minutos e 26 segundos e aconteceu hoje.”Estes disparos vão iniciar uma série de trajetos triangulares ao longo do cometa”, informou a EAA.
Estes trajetos triangulares irão posicionar a sonda a cerca de 100 quilômetros de distância do cometa, afirmou Lodiot.
Astrofísicos afirmam que os cometas são formados por gelo e pó antigo que restou da construção inicial do sistema solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos. Estes objetos estelares são o material mais antigo e menos explorado da vizinhança espacial da Terra.
Os cientistas esperam que conhecer a composição química e física dos cometas dê novas pistas sobre como os planetas se formaram após o Sol ter começado a brilhar.