Veja como a Síndrome do Edifício Doente pode afetar a saúde
Construções com falhas podem comprometer a saúde de seus ocupantes devido a problemas como infiltrações, mofo, ventilação inadequada e uso de materiais tóxicos. Esses fatores estão associados à Síndrome do Edifício Doente (SED), que pode causar sintomas como dores de cabeça, fadiga e dificuldades respiratórias. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos prédios no mundo apresentam essas condições, contribuindo para o aumento de alergias, exaustão e estresse.
As arquitetas Belisa Mitsuse e Estefânia Gamez, sócias do BTliê Arquitetura e criadoras do curso “Projetando com Feng Shui”, compartilham suas percepções sobre como a arquitetura pode ser uma aliada na promoção da saúde e do bem-estar. “Muitas vezes, as pessoas não percebem que o ambiente em que vivem ou trabalham está afetando sua saúde. Diante disso, um olhar especializado e holístico sobre aquele imóvel torna-se fundamental para encontrar as melhores soluções”, explica Belisa Mitsuse.
Sinais da SED
A SED pode ser identificada por meio de sinais como odores estranhos, umidade visível, mofo e problemas persistentes de saúde entre os ocupantes. A falta de manutenção adequada dos sistemas de ventilação e ar-condicionado é uma das principais causas. A norma indica, que quando mais de 20% dos ocupantes de um edifício relatam sintomas semelhantes, têm-se um indício forte da Síndrome do Edifício Doente.
“Quando projetamos um espaço, consideramos não apenas a estética, mas também como ele vai impactar a saúde e o bem-estar dos ocupantes. Isso envolve uma análise detalhada de fatores como ventilação, iluminação e escolha de materiais”, afirma Estefânia Gamez.
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Ambientes que promovem saúde
Segundo as especialistas, os arquitetos têm um papel fundamental na prevenção e solução da Síndrome do Edifício Doente. Projetos que priorizam a saúde incluem a escolha de materiais não tóxicos, o planejamento de uma ventilação adequada e a utilização de luz natural sempre que possível. Além disso, manutenções regulares e a utilização de tecnologias sustentáveis podem ajudar a manter um ambiente saudável.
Uso do Feng Shui
Outra solução complementar pode ser a aplicação de Feng Shui nos imóveis residenciais e profissionais. A integração desta técnica milenar chinesa na arquitetura é uma abordagem que visa promover o bem-estar físico, mental, emocional e espiritual dos ocupantes. “O Feng Shui nos ajuda a entender como a organização dos espaços, a escolha das cores e a posição dos móveis podem influenciar a energia do ambiente e, consequentemente, a saúde das pessoas”, explica Belisa Mitsuse.
Assim, os espaços podem promover mais saúde. “Aqui no BTliê Arquitetura, todos os projetos são desenvolvidos de acordo com os conceitos do Feng Shui. Acreditamos que projetar vai muito além de resolver questões técnicas. É sobre criar ambientes que cuidam de quem vive neles, promovendo saúde e equilíbrio em todos os sentidos”, completa Estefânia Gamez.
Posição dos elementos
Em um mundo onde o estresse e a ansiedade estão cada vez mais presentes, a importância de uma arquitetura consciente é inegável. Conforme a OMS, o estresse atinge cerca de 90% da população mundial. Além disso, a agência também afirma que 1 em cada 4 pessoas já enfrentou algum quadro de ansiedade. “Projetar é uma responsabilidade enorme. Cada escolha que fazemos pode impactar profundamente a vida dos nossos clientes”, alerta Estefânia Gamez.
Um exemplo clássico é a posição do banheiro na planta do imóvel e a relação dele com os outros cômodos. “Quando o banheiro está localizado de frente para a porta de entrada, por exemplo, ele pode drenar a energia vital que entra no ambiente”, explica Estefânia Gamez. A arquiteta afirma ainda que posicionar a cabeceira da cama na parede de divisa com o banheiro pode afetar a saúde mental dos moradores.
“O banheiro, por ser uma área de eliminação, carrega uma energia que, ao se conectar diretamente com o seu espaço de descanso, pode prejudicar o seu sono e até o seu equilíbrio emocional”, finaliza Estefânia Gamez. Uma boa solução para esse último problema seria trocar a cama de lugar para uma parede livre e com boa visão da entrada e da janela.
Por Paula de Paula