Cerveja pode ser culpada pela barriga?
Chega o final de expediente do trabalho, você não vê a hora de se sentar com seus amigos à mesa de algum bar e poder tomar uma bebida, a exemplo da boa e velha cerveja. Ou então, no final de semana você aproveita para sair e badalar sempre com uma rodada de bebidas. Mas, depois de um tempo, você percebe que está ganhando algumas “gordurinhas” localizadas e a primeira a ser responsabilizada por isso é a cerveja. Quem já não escutou a expressão “barriguinha de chopp”?
Entretanto, de acordo com a naturóloga Mariana Reis Dias, especialista em nutrição do Otris Spa Urbano, a famosa barriga de cerveja não passa de mito. “Ela é, simplesmente, o local em que nosso organismo mais gosta de armazenar suas reservas. Os acompanhamentos e petiscos (geralmente frituras) associados à cerveja é que são os grandes vilões da famosa barriguinha de chopp. Não há aumento da massa muscular, e sim um inchaço corporal e acúmulo de gorduras localizadas devido aos excessos, tanto de cerveja como dos aperitivos que a acompanham”, explica.
A naturóloga conta que, como tudo na vida, os excessos não são nada bons para se manter saudável e ter equilíbrio físico e mental. “Ter saúde é ter consciência dos próprios atos. As 'gordurinhas' extras nada mais são do que desobediência alimentar e estilo de vida sedentário. A dose é individual, assim como a consciência de cada um”, diz.
Segundo Fabiana Schmidt, nutricionista da Clínica Agape, os líquidos em geral podem contribuir para o aumento de peso se a pessoa tiver tendência a edemaciar (acumular líquidos debaixo da pele – o famoso inchaço). “Mas, será um ganho de peso em água e não em gordura. O problema é que as pessoas não sabem identificar se estão edemaciadas ou não, e quando sobem na balança acham que ganharam gordura”, explica.
Fabiana acrescenta que os líquidos são responsáveis pelo aumento do tamanho de estômago; contudo, as pessoas sentem menos fome por causa disso. “Quem bebe durante as refeições fica com o suco gástrico mais diluído, o que atrapalha na digestão. Seu corpo já está acostumado com isso e libera mais suco gástrico para 'compensar'. Como seu corpo sabe que você bebe algum líquido durante a refeição, ele 'relaxa' mais. Literalmente, o tamanho do estômago fica maior, já que neste espaço deve caber comida e líquido”, declara.
“Se você pára subitamente de consumir líquidos durante as refeições, certamente irá preencher este espaço que ficou vazio com comida e acabará engordando”, completa a nutricionista.
No que diz respeito à cerveja, ela é a mais calórica (144 calorias a cada 350 ml) entre as bebidas alcoólicas. De acordo com Mariana Reis Dias, a alternativa para quem não quer deixar de tomar uma cerveja, mas não quer ficar com a famosa “barriguinha” é não exceder na dose. “Para não cair na tentação, tome uma taça de vinho, um suco de frutas, água de coco. Estas são maneiras leves e gostosas de beber sem ter que fugir do bar. Depende do seu controle”, enfatiza a naturóloga.
“O álcool deve ser consumido em pouca quantidade, o mínimo possível, preferencialmente nos finais de semana. No máximo duas latinhas ou duas doses dos destilados, já que mesmo estas quantidades são suficientes para agredir o organismo. A cerveja age igualmente em homens e mulheres: ao ingerir, o álcool é metabolizado no fígado e vai para a corrente sangüínea. O excesso desidrata a pessoa”, comenta a nutricionista Fabiana Schmidt.