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Aposentadorias acima de um salário mínimo terão reajuste de 5%

Benefícios previdenciários de valores superiores ao salário mínimo terão reajuste de 5%, anunciou nesta sexta-feira o ministro da Previdência Social, Luiz Marinho, em São Paulo. Na segunda-feira, deverá ser publicada no Diário Oficial da União uma portaria conjunta dos Ministérios da Fazenda e da Previdência concedendo o aumento com data retroativa a 1º de março. Com isso, os novos valores já deverão ser pagos na próxima folha, entre o final deste mês e o início de abril, juntamente com o novo salário mínimo de R$ 415.

Marinho antecipou a decisão que, segundo o próprio governo, só seria tomada na terça-feira que vem, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar a inflação acumulada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em fevereiro. O INPC é usado para a correção anual das aposentadorias, pensões e auxílios da previdência superiores ao piso.

— Se eventualmente a inflação foi maior, faremos o ajuste no mês seguinte — afirmou o ministro.

A estimativa inicial é que a inflação acumulada de março de 2007 a fevereiro deste ano fique em 4,97% e, com a autorização do presidente Luiz Inácio da Silva, o reajuste foi arredondado para 5%.

A antecipação do reajuste foi feita, segundo o Ministério da Previdência, para que haja tempo hábil para a Dataprev — empresa que dá suporte tecnológico ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) — rodar a folha de pagamentos deste mês com os novos valores.

Com isso, será cumprido o acordo feito com as centrais sindicais em relação à política de reajuste do salário mínimo, que também previa a correção de todos os benefícios previdenciários na mesma data-base.

Com o reajuste, o teto de benefícios e de contribuições ao INSS subirá este mês de R$ 2.894,28 para R$ 3.098,99.

Na segunda-feira, o ministério deverá divulgar a tabela completa de contribuições, segundo as diferentes alíquotas, para os trabalhadores com carteira assinada, autônomos e empregados domésticos.

Categoria queria 9,21% de reajuste

O presidente da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), Benedito Marcílio, disse que os segurados ficaram “decepcionados” com o percentual de aumento. A entidade protocolou na quinta-feira no Palácio do Planalto e no Ministério da Previdência uma carta reivindicando um reajuste igual ao que foi dado ao salário mínimo, de 9,21%.

— O aumento do mínimo impacta preços como os alimentos da cesta básica e medicamentos e, por isso, queremos um reajuste igualitário — afirmou Marcílio.

Ele anunciou que no dia 2 de abril a entidade pretende realizar no Congresso Nacional um dia de mobilização e pressão sobre os parlamentares por essa reivindicação.

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