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Preço do arroz para o consumidor caiu 32% nos últimos cinco anos

A recente alta nos preços do arroz não reflete a situação do produto no mercado interno brasileiro. Nos últimos cinco anos, o preço na prateleira teve uma queda de 32% e o consumidor tem pago menos pelo cereal. O valor médio de comercialização de um quilo nas capitais do Brasil foi de R$ 1,85 entre janeiro e junho, segundo levantamento do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), com base em dados do Dieese.

Em 2003, por exemplo, para adquirir um quilo do produto, o consumidor gastava, em média, R$ 2,72. Apesar de ser um dos itens que mais subiram na cesta básica, o arroz contribui com apenas 2,3% do valor total da cesta porto-alegrense. Já em São Paulo, a participação do arroz sobe para 2,6%.

Entre junho de 2007 e junho de 2008, as cotações no mercado internacional subiram mais de 100%, ou seja, a safra nacional possibilitou ao consumidor continuar adquirindo o cereal com valores acessíveis, pois internamente os preços ajustaram-se em torno de 50%.

Valorização
Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, o ajuste nos preços garante a manutenção da produção brasileira. Nos últimos anos, o produtor acumulou prejuízos, com fortes quedas na cotação. “Por pelo menos três anos seguidos, o agricultor amargou preços abaixo do custo de produção e até inferior ao preço mínimo, que deveria ser garantido pelo governo federal”, explica.

A baixa cotação desestimulava, inclusive, a continuidade da atividade. “O consumidor se assustou com os percentuais apresentados pelos institutos que medem a inflação, mas na verdade está pagando apenas R$ 0,11 a mais do que em 2007”, diz Fischer. O arrozeiro vendeu seu produto no último ano, em média, a R$ 21,60, enquanto gastou R$ 26,28 para cultivar uma saca de 50 quilos.

Aumento da produtividade
Apesar do período difícil, os produtores do Rio Grande do Sul aumentaram a produtividade das lavouras para 7 toneladas por hectare. Recordes de produção foram batidos e, mesmo com as dificuldades, ampliaram a eficiência com a utilização de novas tecnologias, em busca de manutenção na cultura do arroz irrigado.

“A melhora na cotação permite um maior investimento em tecnologia, produto de melhor qualidade e zera o risco de desabastecimento no Brasil”, finaliza o presidente do Irga. O Estado tem a maior produção do cereal do País, com 7,5 milhões de toneladas, e representa 61% da safra nacional de arroz.

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