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Políticos terão acesso a inquérito do MPF

Ao longo do final de semana, ainda repercutia no Estado a notícia sobre o pedido do Ministério Público Federal (MPF) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar parlamentares e políticos gaúchos. Divulgado no final da semana passada, o inquérito envolve dois deputados federais (Eliseu Padilha, do PMDB, José Otávio Germano, do PP), e dois estaduais (Marco Alba, atual secretário estadual de Obras, e Alceu Moreira, presidente do Parlamento gaúcho, ambos do PMDB), que possuem foro privilegiado, além de nomes como os do ex-secretário de Governo de Canoas, Francisco Fraga, e do prefeito de Sapucaia do Sul, Marcelo Machado (PMDB).

Maiores detalhes sobre as investigações, que transcorrem em segredo de Justiça, são esperados para o início desta semana, após consulta dos advogados dos envolvidos ao documentos protocolados no Supremo, já disponível para consulta. O inquérito, originado em Canoas, é mantido em segredo de Justiça e, por isso, o MPF não informa o que pesa contra os investigados, principalmente os que possuem foro privilegiado.

O relator do processo, ministro Marco Aurélio Mello, aguarda parecer da Procuradoria da República antes de anunciar se autorizará ou não a investigação dos parlamentares.

Nenhum dos deputados citados disse saber o motivo de estar sendo investigado. Em entrevistas concedidas no final da semana, Padilha foi o único a afirmar que sabia do inquérito, mas desconhecia a razão de estar entre os apurados e aguardava informações de seus advogados. Da mesma forma, Germano revelou que esperava autorização para ter acesso aos documentos que chegaram ao STF.

Surpreso com a notícia, o presidente da Assembléia Legislativa, Alceu Moreira, também afirmou desconhecer o que levou o MPF a investigá-lo e disse não ter vínculos com Canoas. O deputado informou que pretende ter acesso ao inquérito hoje, em Brasília. Marco Alba, seu companheiro de sigla, também informou que tomará providências para conhecer os fatos. O prefeito de Sapucaia, Marcelo Machado, não quis se manifestar enquanto não for notificado. Seu chefe de gabinete, Renan Presser, também envolvido nas investigações, afirmou não saber se era ele a pessoa citada. Francisco Fraga, réu da Operação Rodin, também disse desconhecer o conteúdo da investigação. Outro nome apontado no inquérito é o do empresário Marco Antônio Camino, sócio da MAC Engenharia.

De concreto, o que se sabe é que os indícios de irregularidades envolvendo os políticos gaúchos teriam aparecido em outras averiguações da PF, entre elas a Operação Rodin. No final da semana passada, quando as investigações vieram à tona, a PF divulgou nota para esclarecer que o procedimento, de competência do STF, tramita sob segredo de Justiça e que a instituição está impedida de fornecer qualquer informação sobre o inquérito.

O líder do PT, Raul Pont, vai aguardar as manifestações do presidente da Casa para se pronunciar. No entanto, deixou claro que, caso não haja nenhum movimento de Alceu Moreira, cobrará do presidente posição na reunião da Mesa Diretora de amanhã. O deputado disse que o fato deve ser esclarecido, para que o Legislativo não sofra com as novas denúncias.

As informações são do Jornal do Comércio.

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