Coopercanasul realiza levantamento de produção em SAP
A perspectiva de aumento na comercialização, no litoral norte do Estado, de produtos derivados da cana-de-açúcar, como o melado, a cachaça e o açúcar mascavo, está fazendo a Cooperativa de Cachaça e dos Derivados da Cana do Estado do Rio Grande do Sul (Coopercanasul) aperfeiçoar a sua gestão. No dia 4 de dezembro, às 20h, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Antônio da Patrulha, serão entregues para a entidade os resultados do primeiro levantamento da capacidade produtiva dos 24 cooperados. O estudo servirá como base para identificar o potencial produtivo da cooperativa em negociações de grande volume de produtos.
O comitê gestor do Projeto APL de Cana-de-açúcar e Derivados do Litoral Norte gaúcho, que atua junto à Coopercanasul, é composto pelos parceiros do Programa Juntos para Competir – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) -, pela Associação Rio-grandense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS), pela Prefeitura Municipal e pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade. O programa Juntos para Competir organiza e aprimora as principais cadeias produtivas do agronegócio no Rio Grande do Sul, como a cultura da cana-de-açúcar e seus derivados, a bovinocultura de corte, a suinocultura, a ovinocaprinocultura, a fruticultura, a floricultura, a vitivinicultura e a apicultura.
O estudo realizado durante o mês de outubro pelo engenheiro agrônomo e consultor do Juntos para Competir, Mauro Zamperetti, mostrou, por exemplo, que a produção atual de cachaça de 247,1 mil litros representa apenas 35% da capacidade da cooperativa que é de 704,4 mil litros. Na pesquisa, foram considerados a área plantada de cana nas propriedades, a mão-de-obra disponível e as máquinas e equipamentos utilizados. “Os números revelam uma ociosidade grande de produção, que nos diz até onde podemos expandir os negócios”, analisa Zamperetti. Na cooperativa são fabricados atualmente 55,2 mil quilos de açúcar mascavo (68% da capacidade total), 82,8 mil quilos de melado (29,8% do total) e 6 mil quilos de melado batido (16,6% do total).
“Hoje a cooperativa está colocando a sua marca no varejo regional e negocia com compradores de fora do Estado do Rio Grande do Sul e do País, como ocorre com as cachaças”, afirma. Além disso, ela está presente em eventos do setor, como a Feira Nacional da Agroindústria Familiar, no Rio de Janeiro. Ele ressalta ainda que produtos como o açúcar mascavo, melado e melado batido provêm de propriedades inseridas no Programa Puro Engenho, que trabalha o processo produtivo do açúcar e melado, certificando a matéria-prima produzida e respeitando a legislação ambiental, sanitária e trabalhista, garantindo a qualidade dos produtos.
De acordo com o técnico do Sebrae/RS e gestor do Arranjo Produtivo Local (APL) Cana-de-açúcar e Derivados do Litoral Norte Gaúcho, Thiago Camargo, com o levantamento foi possível verificar que os produtores de açúcar mascavo estão trabalhando com 68% da sua capacidade. Esse dado, segundo ele, sensibiliza os cooperados para priorizar a produção do açúcar no plano de trabalho 2009. “Como as vendas eram baixas, não existia esta preocupação, mas no momento em que começamos a buscar vendas institucionais, a participar de feiras, julgamos necessária esta mensuração para evitar problemas futuros na entrega das encomendas”, afirma.
O APL Cana-de-açúcar e Derivados do Litoral Norte Gaúcho, que atende os 24 produtores associados da Coopercanasul, atua ao todo junto a 45 produtores e 15 fábricas de rapadura de Santo Antônio da Patrulha e Itati. O objetivo do APL é buscar instrumentos licenciadores e certificadores de produção, visando o aumento nas vendas das fábricas para novos mercados e o aumento da produtividade da cana-de-açúcar. A meta do grupo é incrementar em 10% as vendas de produtos a base de melado e/ou açúcar mascavo das fábricas de rapadura para outros Estados do Brasil, até 2010.
APLs são aglomerações de empresas localizadas em uma mesma região, que apresentam especialização produtiva e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre elas e com outros agentes locais, como governos, associações empresariais e instituições de crédito, ensino e pesquisa.