Lula afirma que Mercosul é prioritário para o Brasil
O Mercosul continua sendo prioridade para o Brasil, assegurou hoje (23), a jornalistas brasileiros e franceses, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, após participar da assinatura, com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, de acordos em várias áreas com aquele país.
A avaliação de que o Mercosul estaria atrapalhando o futuro do comércio brasileiro, como afirmam alguns empresários, foi repudiada por Lula. “Alguém que possa ter feito essa afirmação deve ter uma boa carga de preconceito, que nós já derrotamos na relação do Brasil com os países da América Latina”, disse o presidente.
Ele reconheceu que existem pessoas no país que prefeririam que o Brasil mantivesse sua atenção apenas em torno dos Estados Unidos, da Europa ou do Japão, sem olhar para a América Latina, e o Mercosul em particular, que concentram hoje o maior fluxo comercial brasileiro.
“O Brasil entende que o Mercosul é extremamente importante, não apenas do ponto de vista comercial, mas do ponto de vista político”, disse Lula. Ele reiterou que o Brasil vai continuar ajudando os países vizinhos mais pobres e de menor potencial tecnológico.
“E nós temos obrigação política, econômica, moral, ética, de ajudar esses países a se desenvolverem, a comercializar com eles. Porque não tem sentido o Brasil ficar apenas comercializando com os países ricos”, afirmou Lula.
O presidente Lula declarou que é estratégica para o Brasil a relação com a América do Sul e o Mercosul, em particular, do mesmo modo que ocorre em relação à França, à Europa, e também com a África.
“Não pensem que nós vamos ver a África ser democratizada, se a gente não cuidar de ajudar o seu desenvolvimento econômico. Não existe democracia no mundo que suporte a fome de gerações e gerações”, disse.
O presidente Lula indicou que são países como o Brasil, a França, os Estados Unidos, toda a União Européia e o Japão, “que têm maior potencial, que têm que cuidar com mais carinho dos países que ainda não conseguiram se desenvolver. Porque, senão, vai aumentar a imigração, a luta interna, vai ter guerrilha, vai ter convulsão social. Se nós queremos construir um mundo de paz, nós temos que olhar primeiro para a nossa casa. E o Mercosul é a nossa casa”, concluiu o presidente Lula.