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Jornal encerra atividades após 133 anos de jornalismo no RS
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Jornal encerra atividades após 133 anos de jornalismo no RS

Nesta terça-feira (11), o jornal Diário Popular de Pelotas anunciou o encerramento de suas atividades após 133 anos de contribuição ao jornalismo brasileiro.

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Fundado em 27 de agosto de 1890, o veículo foi um marco na comunicação da Região Sul, mas não conseguiu resistir à crise global que afetou o setor nos últimos anos, agravada pela pandemia de 2020.

Segundo Virgínia Fetter, diretora-superintendente do Diário Popular, além da crise sanitária, a empresa enfrentou sérios problemas financeiros devido a serviços terceirizados e prejuízos causados pelas enchentes de maio.

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“Estamos até hoje pagando caro o preço desses problemas. Agora, com as enchentes, fizemos o impresso apenas nos últimos finais de semana, em Cachoeira do Sul. Foi uma tentativa que não deu certo”, lamenta Virgínia, que dedicou 28 anos ao negócio, seguindo os passos de seu avô, Adolfo Fetter, e de seu pai, Edmar Fetter.

Nos últimos anos, a empresária precisou injetar recursos próprios e recorrer a empréstimos para manter as operações e cumprir compromissos com os colaboradores.

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Apesar dos esforços, a situação tornou-se insustentável, forçando o fechamento da publicação, que estava na família há três gerações.

“Por ser um jornal prestador de serviços à comunidade, não foram raras as vezes em que ele foi confundido com órgão público. Faço questão de deixar claro que nunca contamos com ajuda financeira de nenhum órgão governamental. Sempre fomos iniciativa privada mantida por acionistas, assinantes e verbas publicitárias”, destaca Virgínia.

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Autofalência Garante Encerramento Responsável

O Diário Popular, testemunha de fatos históricos desde o final do século XIX, era um jornal tradicional nos municípios do Sul do Rio Grande do Sul, presente na rotina de milhares de famílias.

Para honrar esse legado, Virgínia conta com a consultoria do escritório MSC Advogados, buscando maneiras de encerrar as atividades de forma responsável. Um dos ativos disponibilizados para a quitação de débitos é o prédio que abriga os setores da empresa, avaliado em R$ 2,9 milhões.

“Esse processo permite que a própria empresa que, atualmente, contava com 58 colaboradores diretos, encerre suas atividades de forma controlada, tendo como objetivo liquidar seus ativos e quitar suas dívidas.

-+Isso irá beneficiar tanto a empresa, que consegue encerrar suas atividades de maneira regular, como os credores, que têm a chance de receber o que é devido. É uma atitude responsável e que encerra com dignidade uma história de mais de um século”, explica Guilherme Caprara, sócio do escritório MSC.

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