Janelas: a arte de muitas faces
A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos.
Apresenta-se sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra.
E para compreender um pouco mais deste universo da arte, torná-la palpável a nossa existência, a curadora e professora Soraia Abrahão, que em dias lineares leciona Língua Portuguesa e Literatura, criou e desenvolveu um projeto para unir – em um mesmo ambiente – diferentes formas de expressar a arte, em torno da temática janela, e que logo amadureceu para se configurar na exposição “Janelas”. Amantes da literatura, da fotografia e das artes plásticas estão convocados a ilustrar a galeria do Espaço Cultural Conceição, de 19 a 31 de dezembro, e conferir pinturas em telas (técnica mista) e poesias, fotografias e janelas restauradas. Soraia Abrahão, de sensibilidade aguçada, é autora não somente de uma importante exposição, mas rompe com os moldes tradicionais e aflora uma nova concepção de como valorizar a fantástica produção artística na cidade, o que explica “a arte de muitas faces”.
“Janelas” aflorou timidamente, e caiu no cotidiano para mostrar “a arte de muitas faces”. Obras de arte reunidas numa mesma exposição, assinadas por vários autores, com certeza você já tem visitado ou lido a respeito. Mas algo de inovador no cenário artístico da cidade está para surpreender, provocar e despertar emoções.
A grandiosidade deste projeto impressiona até mesmo os mais experientes, por numa mesma exposição reunir telas do artista plástico Cloveci Murici e Christian inspiradas no experimental da técnica mista, poesias de Delalves Costa, fotografias de Sirlei Amaral e janelas restauradas de Lorena Munari. Todos os artistas convidados se propuseram a dar diferentes formatos à temática janela, aceitando o desafio. E palpável aos ouvidos, na voz inconfundível do músico Sebastião Teixeira, que na abertura levará o toque passional da música, repertório que atenuará a temática da exposição.
Em consonância ao requinte estético exigido para esta exposição de muitas faces, o desafio de cada um dos envolvidos é entrar na intimidade da inspiração, do fictício, do imaginário. Não esquecendo que todo artista precisa da arte e da técnica para se comunicar e captar a alma de cada monumental intenção, através do desenho, da palavra, da imagem e do objeto tocado.
Ao reunir estes artistas, a curadora Soraia Abrahão – envolta a uma sensível e avassaladora poética que lhe salta aos olhos – universaliza a arte, ao mesmo tempo em que agrega diferentes formas de expressão. Com isso, abre o leque das incontáveis possibilidades de leitura que só a arte dispõe, a partir das obras na galeria do templo; não expostas à chuva ou a outras situações climáticas, mas aos olhares perversos e adoráveis, críticos e compensadores.
“Janelas” é experimental, uma Exposição que nasce com maioridade, transpondo fortes indícios para o sucesso. E que vai muito além de simplesmente colocar frente a frente estilos, formas e adversidades, em um mesmo ambiente. “Janelas” sugere ao observador crítico (e estimula a reconhecer), as muitas faces da alma, sonora aos olhos.