Feira do Livro de Tramandaí: faltaram com respeito e consideração
Na sexta-feira, 23, participamos(?), os confrades da Associação dos Escritores do Litoral Norte – AELN – da 8ª Feira do Livro de Tramandaí.
Quem residiu em cidade maior, como Porto Alegre, Caxias do Sul ou Santa Maria, já deve ter tido a oportunidade de ver, em local de grande concentração de pessoas, a figura solitária e quase lunática do pregador evangélico, com a surrada bíblia numa das mãos e, com a destra, apontando céus e infernos aos justos e pecadores. Até aí, morreu Neves! Acontece que àquele beato orador sequer as moscas se davam ao disparate de ouvi-lo.
Foi exatamente este o quadro que os abnegados escribas da AELN – relegados, também, à condição de mendigos – enfrentaram na tarde/noite daquela sexta-feira, sob as pirâmides de lona armadas numa pracinha daquele município de Tramandaí.
Nenhum membro da Comissão (Des)organizadora da referida Feira se dignou a nos receber, instruir-nos ou anunciar o encontro e subsequente sessão de autógrafos ao público pelos alto-falantes.
A desatenção fora tamanha a ponto de, no folheto da programação, a data informada ter sido equivocada.
Dos escritores presentes, cinco se dispuseram, com a humildade de mendigos, a fazer uso do microfone, obtido não sem algum custo, e expor para uma platéia modorrenta a síntese da obra publicada. Mendigos, porque a intransigência de um determinado expositor, tido como líder (que belo líder esse!!!), obstaculizou a colocação de nossos livros para venda nas bancas ali alocadas.
Neguei-me, por questão de solidariedade aos meus confrades, já que o meu editor estava expondo e o meu livro era um deles, a falar da minha obra. Consignei, isto sim, meu contundente protesto, que sequer foi ouvido, porque aos “interessados” seria muito mais conveniente fazerem ouvidos de mercador.
A prosseguir tal política, recuso-me a voltar à sua Feira do Livro, não porque não goste de Tramandaí; acontece que, por mais que eu ande por suas ruas, não conseguirei, jamais, chegar em Capão da Canoa.