Operadoras querem mais espaço para explorar banda larga
A crise econômica mundial não está assustando as empresas de telefonia móvel no Brasil. A expectativa de Luiz Alexandre Garcia, presidente da Associação Nacional das Operadoras de Celulares (Acel) é que o setor cresça este ano na casa de dois dígitos, mesmo que haja recessão.
Uma das pontas de lança do crescimento da telefonia móvel em dias de crise será o serviço de acesso à internet por banda larga e sem fio. No mercado, há projeções de que, em quatro anos, o tráfego de informações nas redes móveis deva crescer 66 vezes. Atualmente há três milhões de clientes de banda larga.
O provável crescimento começa a preocupar as operadoras de telefonia celular, em encontro da Acel em Brasília, projetam cenários de congestionamento se não houver liberação de mais frequências no espectro eletromagnético por onde propagam as ondas das telecomunicações (celular, rádio, TV etc).
O diretor de Inovação Tecnológica da TIM (Telecom Italia Mobile), o engenheiro elétrico José Maurício Cascão Pereira, apresentou no evento uma projeção que avalia que, se nada for feito, a atual zona do espectro utilizada em São Paulo (que representa um quarto da demanda de banda larga móvel) estará saturada daqui a dois anos. Ele, no entanto, descarta qualquer possibilidade de “apagão” para o serviço.
Segundo Cascão Pereira, a União Internacional de Telecomunicações recomenda que seja “harmonizado” o espaço da faixa de 2,5 Ghz (gigahertz) atualmente utilizada pelo serviço de TV por assinatura, entre outros operadores. Na conta do engenheiro, é possível liberar nessa faixa 140 Mhz, que poderá ser utilizado para a banda larga móvel.
O Superintendente de Radiofreqüência e Fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Edilson Ribeiro dos Santos, garantiu que haverá espaço no espectro para a banda larga móvel. “A Anatel está tomando todas as providências para que não haja nenhum empecilho por parte da agência para que a massificação da banda larga venha sofrer qualquer retardamento”,
“No momento não existe qualquer possibilidade de atraso por questão tecnológica. Existe espectro disponível. No entanto, nós precisamos de espectro até 2020 [com espaço] na ordem de 1.080 MHz, o que nós temos hoje chega na ordem de 300 Mhz”, detalhou, afirmando que o uso do espectro é planejado com dez anos de antecedência e que a Anatel também estuda o uso das faixas de 3,5 GHz, 750 Mhz e 400 Mhz.