Razão e sensibilidade: zero! - Litoralmania ®
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Razão e sensibilidade: zero!

Desde os tempos de Sócrates (470-399 a.C), poetas, filósofos e até mesmo o homem do povo, como Neném Prancha, filósofo da bola e torcedor incondicional do Botafogo (“O pênalti é um momento tão solene que somente o presidente do clube é quem deveria batê-lo”), deixaram sua marca indelével, resumidas numa única sentença.

Essas frases fazem coisa julgada no entendimento e aceitação dos homens. Serão elas, realmente, sentenças pétreas, que não admitam oposição? O próprio Sócrates, autor de eternos diamantes como “Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida”; “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses”, permitiu-se a excepcionalidades quando preleciona: “Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma esposa ruim, se tornará um filósofo”. Uma boa esposa,  necessariamente, não faz um homem feliz, e infelicidade não “cria” um filósofo.

Daí porque contesto Blaise Pascal que algures sofismou que “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

Tenho um querido amigo que está vendo, dia após dia, suas forças se exaurindo, o frágil corpo se definhando e a alma rumando, inexoravelmente para a grande viagem, em razão do abandono da forte e robusta mulher (anatomicamente falando) que ele um dia teve e por ela hoje padece.

Sem entrar no mérito do gênero da companhia (é o direito inalienável de escolha de todo o ser humano!) pela qual ela optou em seguir seu caminho, estaria o seu coração (o dela) legitimado de razão ao socar na mochila os de seu e partir sem sequer olhar para trás e avaliar a história que os dois, em que pesem as circunstâncias, construíram?

Por ser um jornal eletrônico, não existindo, assim, limites geográficos que o obstem, desejo que as páginas do Litoralmania a lembrem – esteja ela agora onde estiver – da frase (tão banalizada pelas nossas misses; mas fazer o quê?) que ela, adolescente e deslumbrada, algum dia há de ter lido: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

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