Bye, bye, Brasil…
Sem ter medo de me tornar repetitivo (este é o centésimo quadragésimo primeiro artigo, num espaço de dois anos e três meses, que publico nas páginas eletrônicas do nosso democrático, eclético e jamais inigualável Litoralmania), vejo-me forçado a retornar a um assunto que não me é prazeroso.
No espaço predestinado, Litoralmania, sob a égide do Artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos – “toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão” – estende, a cada um que leia, o inalienável direito de opinar e tecer o seu comentário. Oportuniza, com esse canal, o que há de mais democrático em qualquer veículo de comunicação: a interação com o seu consumidor final, in casu, o leitor.
Particularmente, isso muito me apraz. Átila, o Huno, dizia: “Não desejo que me amem. Exijo que me temam”. Por minha vez, afirmo: – “Não desejo somente elogios. O que me importa é ser lido”. E os meus generosos leitores não me desmentem. Não apenas com elogios e frases de estímulo – o que me leva a persistir na empreitada, apesar de alguns poucos entenderem ser (os generosos comentários) advindos de “claque armada” –, igualmente com críticas respeitosas e dotadas de seriedade, discordando, destarte, de minha opinião.
Lembro-me de um artigo em particular que suscitou a discordância, a revolta, a ira, enfim, dos Defensores Públicos (“Vetar era preciso”, publicado em 30/08/2007). Outras crônicas foram objetos de réplicas contundentes ao meu ponto de vista nelas expressado. Esses leitores, no entanto, foram extremamente respeitosos ao mais amplo exercício de democracia e de educação: expuseram seu protesto discordante, direcionando-o, apenas, ao campo das ideias. Outros – sempre os há, ainda que uma minoria, é justo dizer –, extrapolaram estes limites, tecendo críticas de cunho indubitavelmente pessoal, valendo-se, inclusive, de meios indiretos de provocar uma reação deste colunista, subestimando, assim, a sua (a do colunista) inteligência.
Quando leio comentário eivado do mais corrosivo ciúme e recalque pessoal, a mim ou a qualquer um dos meus confrades colunistas ou, ainda, entre os leitores comentaristas, desejaria que todos, principalmente meus colegas de colunismo, também fizessem a leitura que faço: não respondo às provocações, sobretudo, em espaço de outrem. É uma questão de fineza, de savoir-vivre!
O espaço destinado aos comentários de minha última crônica (“Não tem mais jeito” – 11/12/2009 –, onde manifesto a desilusão do cidadão brasileiro probo, íntegro e honesto para com a classe política) transformou-se num autêntico ringue oitavado das lutas de vale-tudo, onde não apenas prevaleceu a baixaria como não faltou o lendário lutador(?) “mascarado”, escondido sob um “nick” mentiroso e sem identificação de seu e-mail.
Por isso, saio de cena. Vou dar um tempo sine die aos meus desencantos para com a inexistência de qualquer resquício de moral e ética dos políticos, a língua suja do da Silva e a ausência de savoir-vivre e finèsse de uns poucos “comentaristas”.