Diretor da Anvisa critica governo do México
O diretor-geral da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agenor Álvares, justificou hoje (27) porque não havia técnicos da agência nos aeroportos neste fim de semana, quando foi confirmado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) o alerta mundial para um surto de gripe suína.
Segundo ele, o governo do México já vinha tomando conhecimento de casos desde 15 de março, mas só na semana passada avisou a OMS, que transmitiu o alerta na sexta-feira (24). “Em função disso nós fizemos uma reunião no nosso gabinete de emergência e procuramos em primeiro lugar contato direto com a OMS, contato direto com o centro de doenças transmissíveis dos Estados Unidos, em Atlanta, para que nós pudéssemos orientar o nosso pessoal. Principalmente para não causar nenhum pânico. Então no domingo nós não tínhamos como prestar nenhuma orientação para os passageiros que estavam chegando”, afirmou Álvares.
Álvares criticou o que chamou de uma “demora na notificação” por parte do governo mexicano. “Eu acho que vocês é que têm que avaliar. Eles estão tendo casos desde março e só na sexta-feira notificaram a OMS. Eu acho que cada governo tem que assumir as suas responsabilidades, principalmente com a saúde de seu povo e com aqueles com quem seu país tem trânsito diário”, alegou, afirmando que o Brasil, nesses casos, adota a postura de não esconder possíveis surtos.
Ainda segundo Álvares, entre as medidas preventivas, o governo brasileiro não cogita levantar barreiras sanitárias para a carne suína por enquanto, como já foi feito em outros países. O Brasil não importa esse tipo de carne do México nem do Canadá, mas importa em torno de 814 toneladas dos Estados Unidos e mil toneladas da Espanha, onde também foram confirmados casos da doença.
O Ministério da Saúde brasileiro também ressaltou que a temperatura normal de cozimento da carne suína, cerca de 70ºC, é mais que suficiente para eliminar qualquer vírus que possivelmente esteja na carne. Por isso, não há necessidade de a população evitar o consumo. “Eu queria ressaltar que a população brasileira deve ter tranqüilidade e não entrar em pânico”, completou Álvares.