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Sejamos oportunistas

Em estudos de ética costuma-se discutir a questão do livre arbítrio do ser humano. Essa liberdade de escolha faz com que os humanos sejam moralmente responsáveis por suas ações e essas (ações), por sua vez, possuem implicações em nossas relações sociais. Toda essa conversa parece complicada, mas é bem mais simples do que foi inicialmente apresentada aqui.

Na verdade, a todo o momento, todos nós temos que tomar decisões que tendem a influenciar as pessoas que nos cercam. A vida nos reserva uma série de oportunidades, não diria  que únicas, mas de fato relevantes, as quais cabem a nós decidirmos o que fazer. Muitas vezes temos a oportunidade de conversar com aquela garota que admiramos, ou de ficar quietos e não falar bobagem, de aproveitarmos uma promoção em nosso emprego, de levar vantagem sobre alguém, declarar o nosso amor aos nossos pais, de ajudar uma pessoa a atravessar a rua etc. Enfim, somos, de fato, resultado de nossas escolhas, pois elas gritam mais alto do que todas as palavras e promessas que proferimos.

Agora, se você parar para pensar, possivelmente terá um que outro arrependimento e este, normalmente, será resultado de algo que você não tenha feito e não de algo que tenha feito de forma errônea. Pois é, normalmente nos arrependemos daquilo que não fazemos. Um exemplo disso é aquele dinheiro do fundo de garantia que você poderia ter usado para investir em Petrobras em 2000 e não o fez. Um investimento de R$ 1 mil, naquela época, teria valorizado e hoje seriam R$ 16 mil.

O mercado de ações é assim, nos dá oportunidades que devem ser aproveitadas. Um dos homens mais ricos do mundo, que fez fortuna investindo somente em ações, Warren Buffet é conhecido por operar no contra fluxo do mercado e contra a manada. Quando todos se mostram pessimistas e a bolsa acumula fortes perdas é aí que ele entra acreditando. Ele mesmo costuma citar uma frase interessante: não siga a multidão.

Não estou aqui querendo minimizar as fortes quedas observadas no Ibovespa essa semana, ou ainda desviar a atenção do investidor. De forma alguma, a primeira semana de fevereiro foi de fato desastrosa para os mercados acionários pelo mundo todo e no Brasil não foi diferente. Vimos o Ibovespa recuar 4,04%% pela quarta semana seguida de queda, fechando nos 62.762 pontos. No entanto, em se tratando de bolsa, nada é para sempre. Assim como na física, onde a lei da gravidade exerce influência sobre os corpos e tudo que sobe tem que cair, em bolsa, o contrário também tende a ser verdadeiro, ou seja, aquilo que cai tende a subir em algum momento.

A situação fundamental (entenda-se economia mundial) não mudou do dia pra noite. De fato a recuperação econômica ainda tem se mostrado fraca, notadamente nas economias centrais (países ricos – Europa e EUA), mas ainda assim não temos motivos para, de repente, acreditarmos que voltamos à crise observada em 2008.

O objetivo desse comentário é “alertar os gansos”, chamar a atenção do investidor ou daquele que pensa em investir em ações, para um momento que pode ser interessante acreditar no mercado. Fiquemos de olho e sejamos oportunistas para as oportunidades que passam à nossa frente.

William Alves

Analista da XP Investimentos

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