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Bandidos observam comportamentos que os políticos ignoram

Nesta semana que passou andei dormindo mal. Preocupação com filhos e netos, coisas de quem já atravessou um bom tempo neste mundo e que os mais jovens ainda não estão maduros o bastante para compreender, embora pensem saber tudo.

Havia pensado em dormir cedo nesta noite de sábado, o que não é meu costume. Hábito advindo dos anos em atividade policial vez que a polícia se adéqua aos horários dos bandidos, já que bandido que s preza dorme boa parte do dia e mete bronca à noite.

Um pouco depois da meia-noite, percorrendo os canais de TV me deparei com um filme de Clint Eastwood, no qual além de diretor interpreta o papel de um ladrão competente. Cumpriu pena, perdeu a mulher e sua filha se tornou promotora de justiça. Certa noite faz uma limpa num cofre de rico cidadão e patrocinador de políticos em Washington. O dito era já muito velho e havia casado em segundas núpcias com uma mulher muito mais jovens e esta lhe sugerira a colocação de uma poltrona atrás de espelho que era a porta de acesso ao que seria o closet.

Estava ele terminando de limpar o cofre quando é surpreendido pela presença da jovem esposa acompanhada do Presidente da República. Fica ali assistindo a tudo e de camarote. O presidente se mostra um pouco violento e a mulher lhe desfere uma bofetada. A coisa engrossa e ele tenta estrangulá-la. Ela então usa de um abridor de cartas (instrumento perfuro-cortante) e o fere do braço. Ele passa a gritar e aí entram em cena os homens do serviço secreto que invadem os aposentos e desferem dois tiros contra a mulher, atingindo-a na cabeça e num dos ombros. A seguir tudo fazem para limpar a cena do crime, pois afinal o presidente precisa ser protegido.  Porém ao saírem deixam cair o referido abridor de cartas que o ladrão apanha e desce por uma corda conseguindo assim fugir dos zelosos protetores de sua excelência.

Ao final do filme, o serviço secreto já havia tentado matar a filha do ladrão, a promotora, lembram? Esse ao assistir o presidente ao lado de seu financiador em uma entrevista na TV se mostra indignado e resolve voltar atrás, inclusive restituindo as jóias e contando o que vira ao velho financiador que vai até a Casa Branca e “suicida” o presidente com o mesmo instrumento que sua mulher havia ferido o cretino.

Clint Eastwood que começou no cinema na Itália com aqueles enlatados de bang-bang, hoje é reconhecido um dos melhores diretores de cinema de Hollywood.

Vamos ao que mais me chamou a atenção.

O filme demonstra algo que sempre observei na vivência policial, ou seja, que entre criminosos comuns, ou bandidos como nós, você e eu, os definimos há comportamento ético. O quê? Vocês não acreditam? Experimentem colocar numa cela que tenha apenados por crimes de furto ou roubo um violentador de crianças e vão descobrir que estou certo. O violentador vai se dar mal e muito mal, isto se não for morto. É sim, os chamados bandidos observam determinados comportamentos éticos que muitos, mas muitos políticos filhos da puta não observam. E agora? Concordam comigo ou não?

Até a próxima se Deus assim o permitir.

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