Colunistas

A classe dominante

Eu tenho mencionado nos últimos escritos a existência, no país, de uma classe dominante. Já, com algum atraso, informo que falo da classe política brasileira cuja doutrina e cuja prática transformam um membro de  qualquer partido, depois de eleito, em um personagem que paira acima de qualquer parâmetro limitador.

Esta classe maldita e dominante age ao arrepio da lei, da ética, da moral, e da consciência social a que estão submetidos os cidadãos comuns que, paradoxalmente, a criam e sustentam. Se o que estou dizendo é uma inverdade como podemos justificar, de outra forma, as manchetes falando  que mobilizações na câmara, podem dobrar os salários dos parlamentares?

Os parlamentares, hoje, ganham  R$ 16,5 mil e querem equiparar-se aos R$ 30,6 mil recebidos pelos ministros do supremo. Para qualquer  assalariado que  recebe R$ 510,00 por mês ou para os aposentados que são roubados nos seus vencimentos e nas suas dignidades, uma proposta de aumento de 10% causaria impacto irrecuperável no tesouro nacional, mas para a classe política maldita e  dominante os quase 100% de aumento tem respaldo orçamentário e, se causar impacto será descontado das verbas da SAÚDE, da SEGURANÇA e da EDUCAÇÃO.

Reflitam  leitores: Hoje um deputado custa ao Brasil, a quantia de  R$ 108.780,18 e um senador R$ 137.568,87 somadas ao salário de R$ 16,5 as verbas complementares as quais têm direito. O percentual vergonhoso de aumento se estenderá ao presidente da república, aos governadores, aos deputados estaduais, aos prefeitos e vereadores.Logo, o custo global do País, com a sua classe política maldita e dominante vai, simplesmente, dobrar.

E tudo isto vai ser decidido pela classe política maldita e dominante  até ao fim de dezembro, para que possa  valer para o primeiro mês de 2011.

E nós, ao invés de sairmos às ruas em protesto contra  este roubo  ao Povo e à Nação, estamos felizes porque o Corinthians ou Fluminense, será campeão do Brasil, o Inter poderá ser campeão mundial e o Grêmio poderá  classificar-se para a Libertadores.E, de quebra, ainda, ficamos mais eufóricos porque ouvimos, nas ondas  vento, algum toque de réco-réco e de tambor, anunciando que carnaval chegará  em fevereiro. Por alguns dias nós, do Oiapoque ao Chuí, seremos reis, rainhas, mestres de cerimônias e porta bandeiras.

Nos camarotes a classe política maldita e dominante, toma uísque e champanha importados, come caviar e ri da trupe de palhaços que desfila, encharcada de cachaça cantando… Bandeira branca amor, não posso mais…!!!

Comentários

Comentários