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Mazembe

Hoje tenho pouco tempo para escrever e quero falar do Mazembe.

Não para exaltar o seu futebol, exuberante e festivo que liquidou com o Pachuca e, ontem, passou por cima do Internacional, de maneira arrasadora e definitiva.

Quero falar do lugar de onde vem o Mazembe. Quero falar  da África que, a partir das grandes descobertas  de novas terras por parte dos poderosos de  Portugal e Espanha passou a ser fornecedora de mão de obra escrava para  produzir a riqueza, no campo e nas cidades de então.

Riqueza esta, que engordaria os cofres dos descobridores.  E os navios Negreiros  cruzaram os sete mares levando os antepassados de Kidiaba, kabangu, Kanda, de Kasulula e de todos os outros do Mazembe, que nas suas terras eram Reis, Rainhas, Príncipes e Cidadãos para serem,  escravos relegados a condição de animais.

Sem direito a nada, nem mesmo a vida. Castro Alves,  no Brasil e, outros Poetas, no mundo, cantaram as suas desgraças, as suas dores, os seus sofrimentos e as suas mortes.

Se Castro Alves fosse vivo, ontem, cantaria  a felicidade, a alegria, o  renascimento da dignidade do povo Africano que, fiel  aos seus antepassados rezaram antes do embate e ao final, dançaram para comemorar a vitória.

A vitória do Mazembe, não foi à vitória de um time. Foi à vitória de um povo que, no passado, humilhado, aprisionado, roubado em tudo, ressurge, agora, no presente, com alegria, com fé, com luz e acima de tudo com capacidade de afirmação de sua cultura, de sua competência e de sua predestinação.

Estão de parabéns, não somente o Mazembe, o Congo e a África. Estão de parabéns, no mundo, todos os homens e mulheres que souberam, independente da dor, da humilhação e do sofrimento acreditar que na linha do tempo é possível transformar correntes que aprisionam, em capacidade de superação que liberta.!!!

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