O presente
Aliás este presente a gente nem precisa agradecer. A gente recebe em forma de prazer, ternura, de um estender de mãos, de um abraço prolongado, e, em alguns casos só o sentimento que nos completa.
É fazer o bem sem querer nada em troca. Nesta época do ano é muito comum ver-se pessoas carregando pacotes de alimentos, brinquedos, roupas para casas que acolhem as pessoas necessitadas, ou distribuem os donativos recebidos. Abre-se o coração e pensamos em nosso irmão que nada tem. Ou às vezes trabalhamos em uma ONG dos milhares que tem espalhadas por ai.
Quase da pra se cheirar a fraternidade que se espalha pelo ar e percorre esta noite em que elevamos o pensamento para algo mais sublime que as coisas mundanas com as quais convivemos diariamente.
Nosso olhar se perde na figura de um menino na manjedoura que veio para nos salvar, seja este simbolismo uma invenção do homem, ou parte da história humana. Alguém entregou seu filho à morte para salvar milhares de pecadores. Os puros de espírito conseguem viver dentro destes parâmetros.
Os demais dificilmente terão a felicidade de receber ou sentir este presente. Porque para eles não ha irmão, mesmo os consangüíneos, não ha pais ou parentes, muito menos seus semelhantes.
Pelo menos uma noite no ano nos lembramos Dele, sentimos sua paz, seu espírito unificador que nos faz sorrir para um estranho que passa que nos dá vontade de brincar com a criança que o casal carrega nos braços, e nos impulsiona a mão para entregar uma dádiva.
E podem estar certos não há, nem nunca haverá presente mais gratificante do que esse.