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Governistas vinculam declarações de Lina à sucessão presidencial

A base aliada do governo adotou a estratégia de vincular as repercussões da entrevista concedida pela ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, à Folha de S.Paulo à sucessão presidencial de 2010. Coube aos senadores peemedebistas pôr em prática essa linha de raciocínio.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) cobrou da ex-secretária a agenda, o dia e a hora do encontro que ela afirma ter tido com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no fim do ano passado. Na ocasião, de acordo com Lina Vieira, Dilma solicitou que acelerasse as investigações em andamento na Receita contra o filho de Sarney.

A resposta de que o encontro foi reservado e, por isso, não constou de sua agenda ou a da ministra foi usado pelos governistas para dar andamento a essa estratégia. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), partiu para o discurso de esvaziamento do assunto.

“Me considero satisfeito, o que houve foi um grande mal-entendido. Vou me retirar porque esgotamos questão. Vossa senhoria não sabe a data do encontro. No espírito de tudo isso, a conotação que se dá é que a tentativa de se fazer pizza dessa investigação não ocorreu. A ministra sabe disso”, afirmou Romero Jucá, vinculando o assunto a uma tentativa de antecipar a disputa eleitoral de 2010.

O líder da base do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), adotou a postura de desconstruir a versão apresentada por Lina Vieira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Ao contrário da ex-secretária, que informou que teve no máximo três reuniões com a ministra, o líder citou ao menos seis encontros. Alguns com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Lina Vieira ressaltou que as reuniões agendadas oficialmente com a ministra foram no máximo três e que nas demais, relatadas por Mercadante, ela simplesmente assessorou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Por outro lado, o líder do bloco governista comparou as declarações de Lina Vieira à Folha de S.Paulo com as prestadas hoje. Ao jornal, disse ele, a ex-secretária disse que a ministra teria pedido para agilizar as investigações da Receita Federal contra o empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney (PMDB-AP), por causa das eleições para a presidência do Senado.

Hoje, Lina Vieira afirmou que Dilma Rousseff apenas pediu que agilizasse as investigações. “Ou a senhora prevaricou ou está mentindo. Se ela [Dilma Rousseff] falou que era para acabar com investigação por causa das eleições no Senado teria que comunicar ao seu superior [ministro Guido Mantega]. Como jornalistas sabiam se a senhora não falou com ninguém e a ministra nega o encontro?”, questionou Mercadante.

A ex-secretária argumentou que não tratou de eleições no Senado com a ministra. “Foi uma interpretação pessoal”, disse. Quanto ao fato de os jornalistas terem conhecimento do teor da suposta reunião, ela recomentou ao senador que a pergunta fosse feita aos repórteres da Folha de São Paulo.

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