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AGRAdecer

Sou e sempre fui defensor ferrenho de minhas opiniões. A dialética sempre foi terreno prazeroso àqueles exercícios. Ela só é descaracterizada quando o contraponto descamba para o desrespeito, para a vulgaridade e para a “baixaria”. Devo ter, por óbvio, desafetos pelo caminho, deletados, no entanto, do meu campo da memória. Norteou- me, para tanto, a máxima de Voltaire: “Não concordo com uma só palavra do que dizes, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-lo”.

Por esta única razão, não se faz difícil à compreensão do porquê sou rico. De amigos, sim, e em qualidade! Que se me mostram, não apenas sob as luzes dos holofotes das festas mundanas, nas rodas e nas mesas das confrarias para a libação da loura cremosa, dourada e gelada, como pano de fundo à divina picanha dos deuses. Eles se fazem presentes, como diz com aquela sabedoria pampiana meu amigo Erner Machado, “no silêncio, no profundo silêncio que leva com ele o abraço e os sentimentos sinceros”.

Foram os generosos amigos que alavancaram a ousadia de tornar-me um escriba do cotidiano nas páginas deste Litoralmania, através da crítica elogiosa, severa, algumas vezes. Para o ser delirante despeitado, meus amigos nada mais eram do que a “claque armada”. Não importa! São, antes, amigos que se tornaram meus ledores.

Não poderia, no entanto, imaginar que do universo até então dos anônimos leitores pudessem, num momento de extrema dor da alma, ante a partida da fonte geradora – minha mãe – brotar, mais do que reconfortadoras, encorajadoras, motivadoras, mas fraternas palavras de aconchego. Fora a constatação inversa do caminho dos meus antigos afetos: leitores pouco a pouco conquistados e que se instalam, hoje, com honras, pompas e circunstâncias, na minha galeria de amigos.

Adauto Machado Pires, Adi Maria da Silva, Adroaldo Sabatim, Aires Simão Melem Abdo, Ana Maria Resende, Ana Maria, Gelsa, Luiz Americano e Gelsa Maria Vidal, Antônio Carlos Cruz Araújo, Ariston Solano de Amorim, Arrigo Cinne, Darci Pozza, Décio Emental, Elcio Bonuma, Eleonor Sbroglio, Erner Machado, Francisco Nascareda, Homero Neto de Cunha e Agra, Jorge Vignoli, Juarez Trindade, Laís Barbosa, Magda Pilla, Márcia Puig, Marco Antônio Vidal, Maria da Graça Mendes Rodrigues, Mário Wiehe, Marisa Fresina, Mariza e Avelino dos Santos, Mercedes e Clênio Faccin, Nestor Wolff, Osmar Herder, Patrícia Souza Cerezer, Raul Kramer Borges, Renato José Lopes, Silvia Helena e Everton Marc, Sílvio Luiz de Oliveira, Soveral de Souza, Suely Braga, Tania e José Francisco Dornelles, Valério Walter de Oliveira Ramos, Valesca e Luiz Antônio de Assis Brasil, Zênia e Zenira Ruzantti.

Nada mais justo do que nominá-los, como singela manifestação deste escriba Sergio AGRAdecer. As palavras, balsâmicas palavras, desses amigos estão sacralizadas ao pé da crônica do dia 12 de junho.

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