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Quanto me empenho pela felicidade dos outros?

Em certa palestra motivacional uma aluna perguntou: Por que nos empenhamos tanto profissionalmente, fazemos cursos de aperfeiçoamento, faculdade, pós-graduação, mestrado e outros? Por que estudamos tanto para entrar em uma faculdade e quando entramos, estudamos ainda mais, buscamos mais informações sobre tudo o que possa nos ajudar para adquirir maior conhecimento? E quando se trata da família, das amizades e principalmente de amor, não nos empenhamos com a mesma intensidade?

Respondi a ela que, conhecimento e crescimento profissional dependem única e exclusivamente de nós mesmos. E deste empenho dependerá nossos sucesso e nosso futuro. Se não nos empenharmos, nos esforçarmos, ninguém poderá fazer isso por nós.
Diferente da área afetiva, pois nos nossos relacionamentos geralmente esperamos que os outros se empenhem e se esforcem por nós, por exemplo: Desejamos alguém que nos faça felizes, que nos ame, que perdoe  nossos erros e que seja inteiramente fiel e dedicado à nós. Erroneamente imaginamos que nossa felicidade depende única e exclusivamente dos outros, excluindo nossa parcela de compromisso para que também o outro seja feliz e realizado.

Caros leitores, como é difícil ouvir as seguintes expressões: “Eu preciso amar”. “Eu preciso fazer uma pessoa feliz”.  É raro encontrar pessoas que já tenham entendido que para serem felizes nos relacionamentos é preciso ter habilidade, sabedoria e discernimento  para com os outros.

 Nas minhas andanças por este mundo afora, principalmente quando ministro palestras, é comum escutar a seguinte frase: “Eu preciso ser feliz”. “Eu preciso encontrar alguém que me ame de verdade”. “Eu preciso encontrar alguém que me dê atenção”. “Preciso encontrar alguém que não valorize somente o dinheiro”. E quando ouço estas frases lembro-me da música de Roberto Carlos: “Eu só vou gostar de quem gosta de mim”. Será que somente seremos felizes quando encontrarmos pessoas totalmente abnegadas a nós?

Lembro-me de uma brincadeira, (copiada da família Silva Sauro que passava na TV), que meu esposo fazia com nossos meninos quando ele chegava em casa depois do trabalho. Batia na porta da cozinha, depois entrava dizendo: Família que me ama, cheguei! Em seguida nossos três filhos; Roger, Logan e Polon corriam para os braços dele e recebiam aquele carinho puro, singelo e verdadeiro que deveria ser praticado por todos os pais deste mundo. Quando o  pai chegava em casa sem dizer a frase de praxe, os meninos o faziam voltar e refazer a entrada da forma como os fazia se sentirem felizes. Era lindo de se ver.
Segundo o Psiquiatria da Universidade de São Paulo Dr. Ricardo Moreno; “felicidade é uma experiência individual e depende muito do significado que o indivíduo dá para a sua vida e para si mesmo.”

Então não podemos imaginar, por exemplo, que aprenderemos a ser felizes num relacionamento simplesmente porque merecemos ser amados, ou só porque auxiliamos os pobres, entidades carentes através do voluntariado. Não é porque queremos ter alguém que nos dê a atenção que desejamos é que irá aparecer uma pessoa disposta à concretizar esta necessidade.

Somente seremos felizes nos relacionamentos quando colocarmos as nossas vontades e os nossos desejos também em prática: se queremos ser amados e respeitados, devemos amar e respeitar também, se queremos  atenção, devemos dar atenção também.

A nossa vida realmente se transformará quando os desejos se transformarem em realidade, a intenção em atos concretos de justiça e verdade, a partir daí estaremos seguindo o caminho do companheirismo real, desejável e verdadeiro. Às vezes esperamos mais dos outros do que nós mesmos estaríamos dispostos a fazer por eles.

Quanto me empenho pela felicidade dos outros?

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