País deve ter quase meio milhão de novos casos de câncer
Cerca de 490 mil novos casos de câncer deverão ser registrados no Brasil em 2010, estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Estudo divulgado hoje (24) pela instituição indica que 52% desses casos serão de mulheres (253 mil), enquanto os homens responderão por 48% (236 mil).
No caso dos homens, o tipo mais comum de câncer depois do de pele não melanoma será o de próstata, que deve representar 28,6% dos casos em pessoas do sexo masculino, ou seja, cerca de 52.350 casos. Em seguida, vêm os de traqueia, brônquio e pulmão, com 17,8 mil casos (9,7%); estômago, com 13.820 (7,6%); cólon e reto, com 13.310 (7,3%); e boca, com 10.330 (5,7%).
Entre as mulheres, os tipos de câncer mais comuns depois do de pele não melanoma devem ser o de mama, com 49.240 casos (25,6%), colo do útero, com 18.430 (9,6%), cólon e reto, com 14,8 mil (7,7%), traqueia, brônquio e pulmão, com 9.830 (5,1%), e estômago, com 7.680 (4,0%).
De acordo com o coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, Claudio Noronha, o grande número de casos de câncer no país está associado ao processo de envelhecimento dos brasileiros. “A população brasileira vem envelhecendo de forma acelerada e isso tem grande relação com a ocorrência do câncer não só no Brasil, mas no mundo como um todo. O câncer é uma doença que ocorre a partir de exposições prolongadas a um conjunto de fatores de risco. E, quanto mais as pessoas vivem, mais tempo elas estão expostas a esses fatores, seja o tabagismo, o padrão alimentar, fatores ambientais, de exposição ambientais e genéticos.”
Segundo o estudo, analisando separadamente as regiões do país, encontram-se padrões diferentes no que se refere aos tipos de câncer mais comuns. O de mama é o tipo de câncer feminino mais comum em todas as regiões, com exceção do Norte, onde o de colo de útero é mais comum.
Entre os homens, o câncer de próstata é o mais comum em todas as regiões. No Sul, Sudeste e Centro-Oeste, ele é seguido pelo de traqueia, brônquio e pulmão. No Norte e Nordeste, o segundo principal tipo é o câncer de estômago.
Segundo o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini, a rede de assistência pública de saúde tem ampliado sua capacidade de atendimento ao câncer, mas ainda há gargalos, como o oferecimento dos procedimentos de radioterapia. Ele explica que é difícil ampliar de forma rápida os serviços de radioterapia.
“Não é por problemas de recursos financeiros, exclusivamente, é também por capacidade técnica. Quando se fala de um serviço de atendimento de câncer, você está falando de um serviço que demanda profissionais especializados, não só médicos, mas uma equipe multiprofissional”, disse.