Independência! Oh! Onde estás?
Nosso país proclamou a independência, mas esta não chegou até o povo.
Saímos das garras de Portugal, mas continuamos dependentes. Não tivemos muitos períodos de democracia. Primeiro a Ditadura de Getúlio Vargas, depois veio o período sangrento da Ditadura Militar que atingiu toda a América Latina.
Foi o grande período de chumbo. Lutamos pela democracia. Conseguimos, mas depois caímos nas garras da ditadura do poder econômico, dos meios de comunicação, da mídia comandada pelas elites, na ditadura do imperialismo dos Estados Unidos. Veio então o neoliberalismo que persiste até hoje.
Como podemos ser livres com milhões de marginalizados e excluídos com seus direitos negados? Quando uma multidão marcha pelas ruas sem direito à vida, ao alimento, à moradia, à educação, à saúde, ao lazer, direito de viver com dignidade? Quando meninos e meninas se proliferam nas sinaleiras, mendigando uma moeda para os abonados que transitam em seus carros luxuosos? Quando menores abandonados cheiram cola, consomem Craque e outras drogas que solapam suas vidas, levando-os à morte prematura.
Quantos moradores de rua morrem de frio e fome? Quando os traficantes se apoderam das favelas, impondo aos moradores a ditadura da contravenção? Quando milhares de agricultores perambulam de um canto para outro clamando por reforma agrária?Quantos índios, verdadeiros donos das terras, são expulsos, perseguidos e jogados na miséria? Quantos morrem nas filas de hospitais sem atendimento médico?
Quando a prostituição infantil grassa em todo o país? Quando há exploração do trabalho escravo de crianças e adultos nas mãos dos poderosos? Quando milhares de crianças morrem de subnutrição? Quando a ganância dos homens sem escrúpulos continua desmatando nossas florestas, destruindo o meio ambiente? Quando os movimentos dos trabalhadores em busca de seus direitos são reprimidos. Quando milhões de analfabetos e crianças fora da escola clamam por uma educação de qualidade? Quando ainda milhares de desempregados vagueiam em busca de uma vaga? Quando há discriminação racial, descriminação das mulheres e descriminação de sexo?
Diante deste panorama é que precisamos lutar com garra para alcançarmos que todo cidadão e cidadã brasileira possam exercer sua cidadania. Este direito e esta liberdade tão preciosos para toda a humanidade.
Não adianta só criticarmos e nada fazermos para reverter esta situação.
Se cada um de nós for uma gota no oceano e fizer a sua parte conseguiremos a mudança.
Há esperança nos rostos daqueles que acreditam num novo Brasil e num novo mundo possível.