Paradoxos do meu país
Dados coletados durante o Censo de 2010, informam que cerca de 11,4 milhões de pessoas (6% da população) vivem em “aglomerados subnormais”, a definição do governo para áreas do país de ocupação irregular, com mais de 50 habitantes e com falta de serviços públicos e de urbanização.
O IBGE identificou 6.329 favelas em todo o país, localizadas em 323 dos 5.565 municípios brasileiros. Somando as duas informações chegamos a 16,9 milhões de pessoas que vivem em condições de precariedade ou em habitações* inexistentes.
O Programa Minha Casa Minha Vida, pelas peculiaridades que apresenta não tem como resolver, no curto prazo ou mesmo no médio prazo, a situação habitacional do país.Então a nação teria que lançar mãos de outros meios para conseguir criar condições dos brasileiros, na sua plenitude, terem acesso a Casa Própria,pagando por ela, pois o contrário seria esmola.E o governo, para usar um jargão de mercado, parece que não tem bala para esta guerra. Paralela a esta noticia, ouve-se com muita ênfase as denuncias pela imprensa de auxílios moradia concedidos à Classe Política e, agora, neste mês de dezembro descobre-se que a Suprema Corte de Justiça, recebe também substanciais subsídios para que os senhores ministros possam estabelecer-se, em moradia digna de suas autoridades e cargos.
E, a julgar-se pelo valor do auxilio, depreende-se que devem ser muito grandes as dignidades das autoridades beneficiadas.Estabelece-se, então o paradoxo: Para resolver o problema habitacional do brasileiro a nação não tem recursos mas, os tem para pagar milhões de reais em auxilio moradia a deputados e senadores, juizes e ministros que já ganham o suficiente para viverem muito bem.
Mas está chegando o Carnaval e o país fantasiado de palhaço e encharcado de cachaça vai desfilar nas avenidas aos sons dos atabaques e dos agogôs lembrando do Zé Kéti e cantando: Quanto riso… Quanta alegria… Mais de mil palhaços no salão…!!!