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Terremotos ocorrem todos os dias, diz pesquisadora

O tremor sentido ontem (20) no Haiti, de 6.1 graus na escala Richter teve intensidade bem menor do que o ocorrido há uma semana, de 7 graus, que destruiu inúmeras construções, causando dezenas de milhares de mortes. Isso porque a escala é logarítmica, como explica a pesquisadora do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Mônica Von Huelsen.

“Um evento de 6.1 graus também é forte, mas nem tanto. A diferença de um ponto, de 6 para 7 por exemplo, significa que a amplitude de seu chão aumentou 10 vezes”, explicou. A amplitude do tremor indica o impacto na superfície.

A pesquisadora disse que os terremotos ocorrem todos os dias e não há como evitá-los porque as placas tectônicas estão em constante movimento. Alguns países, no entanto, sabem que estão propensos a terremotos e têm uma infraestruta específica para reduzir os danos entre seus habitantes, como é o caso do Japão. Outros, como o Brasil, são menos afetados por estarem distantes das bordas das placas tectônicas.

“Para os que estão na borda da placa, a incidência de falhas é grande, então a movimentação das placas faz com que as falhas se desloquem e gerem terremotos”, afirmou Mônica. Ela ressaltou, entretanto, que apesar de o Brasil estar numa região considerada estável, existem algumas falhas geológicas no território nacional que também geram terremotos, mas em quantidade e intensidades bem menores.

O terremoto mais forte registrado no país foi em 1955, na Serra do Tombador, em Mato Grosso, com 6.6 graus na escala Richter. O único registro de morte causada diretamente por um tremor foi em 2007, na cidade de Itacarambi, em Minas Gerais. Sua magnitude foi de 4.9 graus. “A construção era bem rudimentar, as vigas eram feitas com arame farpado, uma parede caiu em cima de duas crianças gêmeas e uma morreu”, comentou a pesquisadora.

O maior terremoto já registrado no mundo foi em 1960, no Chile, que atingiu 9.5 graus na escala Richter e deixou cerca de 3 mil mortos e 2 milhões de feridos.

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