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A Idade das Trevas

Muito já ouvimos das mais diversas fontes – “O método de ensino daquela escola é medieval”. “Aquele pai é preconceituoso, e tem ideias ainda aportadas na Idade Média”. “Aquele empresário trata seus colaboradores como se vivessem na Idade Média”, e, assim, outras circunstâncias aonde, de igual forma, se sobressaem as expressões “medieval” e “Idade Média”. Tudo porque, a esta fase da História, muito ainda se associa a designação de “Idade das Trevas”.

Equivocadamente.

A expressão Idade das Trevas para se referir à Idade Média foi muito utilizada no passado. De acordo com alguns historiadores, a Idade Média foi uma época com pouco desenvolvimento cultural, pois a cultura foi controlada pela Igreja Católica. Afirmavam também que praticamente não ocorreu desenvolvimento científico e técnico, pois a Igreja impedia estes avanços ao colocar a fé como único caminho a seguir.

Porém, a partir da segunda metade do século XX, com novos estudos históricos sobre a cultura e ciência da idade Média, houve uma nova visão sobre este período e o termo foi sendo abandonado.

O termo Idade das Trevas, usado para dizer sobre a Idade Média é errôneo.

A Idade Contemporânea, que sucedeu à Idade Moderna (1453/1789) é o período específico atual da história do mundo ocidental, iniciado a partir da Revolução Francesa.
O seu início foi bastante marcado pela corrente filosófica iluminista, que elevava a importância da razão. Havia um sentimento de que as ciências iriam sempre descobrindo novas soluções para os problemas humanos e que a civilização humana progredia a cada ano com os novos conhecimentos adquiridos.

Com o evento das duas grandes guerras mundiais o ceticismo imperou no mundo, com a percepção que nações consideradas tão avançadas e instruídas eram capazes de cometer atrocidades dignas de bárbaros.

Na propalada Idade Contemporânea, somos não apenas passivos espectadores da safadeza, da velhacaria, do cafajestismo refletidos nas fraudes, na corrupção desenfreada, na roubalheira escancarada e na cusparada debochada na cara do Judiciário por parte da quase totalidade dos membros do Congresso Nacional, das Assembleias Estaduais, das Prefeituras e das Câmaras Municipais, da corja política, enfim, e de seus jagunços e capangas, ocupantes de cargos de confiança nos mais diversos escalões das instituições públicas e privadas, ante a certeza de impunidade ardilosamente arquitetada por seus advogados, contratados a peso de ouro.

Somos vítimas indefesas dos mafiosos atravessadores da produção de lacticínios, do terrorista que explode bombas em vias públicas e em locais de grande aglomeração, do psicopata que invade escolas e mata quase uma centena de alunos, do serial killer que liquida com a vida de seis taxistas, das bestas humanas(?), matam de graça, que invadem consultórios para,.não contente em apenas roubar, encharcarem com álcool e atiçarem fogo na jovem dentista. E o pior: uma mãe(?), na zona norte de Porto Alegre, flagrada ensinando o filho a torturar u filhote de cão, de apenas um palmo e meio do focinho à cauda.

Hoje, discute-se até quando irá durar a Idade Contemporânea e que designação será dada à futura. Se isso algum dia vier a acontecer, o epitáfio desta Era, indubitavelmente, será:

A Idade Moderna morreu, porque tinha vida, e a deu junto com seu perfume. Mas a Contemporânea está sendo a morte. E ela só nos deixará o odor da putrefação da humanidade no egoísmo e no ódio.

Esta, sim é a Idade das Trevas!

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