Colunistas

O Grito

Quem assiste televisão tem visto e ouvido uma propaganda de um dos nossos Senadores fazendo a apologia do Grito que tem que ser dado contra a falta de preocupação, por parte dos administradores, com os problemas  estruturais de nossa sociedade e contra a corrupção que está instalada nos altos escalões da república  e contra a impunidade que é privilégio das classes mais abastadas. É uma mensagem que, pelos recursos e conteúdos utilizados  é, com certeza,  objeto de comentários elogiosos por parte de quem  a assiste e  que vê, na sua veiculação, um  apelo para uma atitude contundente por parte do povo na busca de melhores condições de trabalho, de saúde, de segurança , de educação, de cidadania  e de ética.

É uma chamada que encontra fundamento e  razão tanto, no passado político de nossa nação, no período que se estende desde a época do Império, passando pela  Velha Republica, Estado Novo,  Ditadura de 64,  primeiros Governos Pós Ditadura e até  hoje , nos Governos Neo Liberais do FHC, do Luiz Ignácio da Silva e da Dilma  Roussef.
O Brasil sempre esteve esperando um Grito do Líder que nunca teve. Sempre esteve esperando até porque o Grito que tivemos, não foi dado às margens do Riacho Ipiranga e, existem historiadores que dizem, que ele nem foi dado.

O Brasil sempre esteve esperando um Grito que resultasse em uma política de desenvolvimento que beneficiasse a indústria nacional, que gerasse empregos, que estabelecesse novos horizontes em  nossas relações   com predominância da Justiça Social, da igualdade de condições para  o seu povo. O Brasil sempre esteve à espera de um grito que libertasse seus filhos da miséria, do sofrimento, do subemprego, do trabalho escravo, da falta de segurança, da falta de políticas de saúde.

O Brasil espera este grito mas, com certeza, o Senador que esta veiculando a propaganda, não tem legitimidade para ser  o autor do Grito e nem tem prerrogativas para exaltar, o povo, a dar este grito. Teria condições, inegavelmente, se em sua trajetória política de mais de meio século não tivesse ficado, sempre, ao lado do poder ou, ao poder, feito concessões como forma  de manter-se no barco da classe dominante  em uma aposição consentida ou em alianças fisiológicas, como é o caso do apoio que  tem dado aos governos de Lula da Silva e Dilma Roussef. Este grito, tenhamos certeza, será dado.

Mas será dado por algum líder que tenha a capacidade da Visão que falta, secularmente, a nossa classe política que, chegando ao poder busca nele manter-se para proveito próprio e para proveito das hordas salteadoras, nas quais buscam apoio e força.

Comentários

Comentários