Uma escarrada na nossa cara!
Desde os tempos medievais, a bofetada no rosto era a mais contundente humilhação que um homem poderia ser alvo. Como resposta ao agravo, marcava-se local e data para, na presença de padrinhos, duelarem-se com armas brancas ou de fogo. Um deles, dali não mais retornaria. Mas a honra fora defendida.
De bofetada em bofetada, há onze anos o Brasil vem sendo humilhado, esbulhado, vilipendiado, estuprado e ROUBADO pela mais putrefata escória que já assumiu a República nos seus 124 anos de existência.
Não bastasse isso, os canalhas decidiram aprofundar-se na arte da humilhação: com desfaçatez, escarram-nos na cara sua gosma purulenta, substância única que trazem dentro de si.
Parafraseando Felix Khoury, personagem da novela global, os brasileiros honestos, que estudamos, graduamo-nos, pós-graduamo-nos, enfrentamos concursos para admissão no mercado de trabalho nas áreas públicas e privadas “salgamos a maionese da Santa Ceia, jogamos a Cordilheira dos Andes na Cruz, rasgamos os sete véus de Salome, fizemos caipirinha no Santo Graal e mijamos nas águas do Rio Jordão pouquinho antes do batizado do Homem”.
Só pode!
Para reencarnarmos num pais que jamais sofreu os devastadores efeitos dos tsunamis, das erupções vulcânicas, dos terremotos, mas sofre mal maior e mais insidioso, a ditadura branca planejada pelo apedeuto dos nove dedos e seus jagunços, indubitavelmente há de ser purgação. Causa e efeito. Ação e reação.
Ante o deboche, o achincalhe do Zé Dirceu – gerente administrativo de hotel quatro estrelas, ao soldo de R$ 20 mil, “pousada na Papuda, café da manhã e roupa lavada” gratuitos – como ficarão as professorinhas dos mais distantes torrões do Brasil mirando caraminguás advindos de seu esfolado salário? Como ficará a classe operária, sustentação fundamental aos anseios eletivos do PT? Como ficarão os metalúrgicos do ABC paulista? Como ficarão os trouxas, os babacas – como eu – que acreditaram e respaldaram nas urnas a unção primeira do Stalinácio para o Planalto? O que dirá, agora, a raivosa Velhinha de Osório, de igual forma, lacrimejando sobre os humilhantes dígitos de seu contracheque?
Olívio Dutra, primeiro prefeito petista de Porto Alegre (inaugurando uma ininterrupta administração municipal de 16 anos do Partido), Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Ministro das Cidades no primeiro governo do Lula da Silva (por que Olívio, simplesmente, renunciou àquela função? Alguém soube da verdade?), como político pode ter tido, por desqualificada assessoria, seus equívocos. Como homem, é sabido, turrão, casmurro e de poucos sorrisos. Como homem e político, é o que deve ser “a mulher de César”: Não lhe basta parecer; fora e é, em todos os tempos, íntegro e honesto! Por isso, a entrevista por ele concedida há poucas semanas, referentemente aos mensaleiros, surtiu na cúpula petista o efeito devastador que somente uma ogiva nuclear causaria.
Sim, apenas na cúpula (e olhe lá!), pois os fanáticos, os “xiitas” e os cabotinos mamadores dos benefícios das tetas da família das bolsas-escola-bolsas-gás-bolsas-eleição-bolsas-bandido-bolsas-crack-bolsas-presidiário-bolsas-estupo sequer souberam das declarações do grande líder que foi Olívio Dutra.
Aliás, para estes, jornal só serve mesmo para limpar-lhes a bunda!
Com este texto, esvai-se minha capacidade de indignação. Cansei! É como se estivesse pregando em pleno deserto do Saara. Pai, tenha piedade de nós!