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China chama de criminoso o vencedor do Nobel da Paz 2010

O governo da China classificou hoje (8) de “criminoso” o ativista de direitos humanos e dissidente Liu Xiaobo, vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2010. Autoridades chinesas informaram ainda que as relações bilaterais com a Noruega – país que concede o prêmio – serão prejudicadas. O nome de Xiaobo foi anunciado hoje por volta das 6h (horário de Brasília), em Oslo, na Noruega.

As informações são da agência BBC Brasil. “Xiaobo é um criminoso que violou a lei chinesa”, disse o porta-voz do Ministério do Exterior chinês, Ma Zhaoxu. “O fato de o comitê dar o prêmio para tal pessoa também rebaixa o prêmio em si.”

Em seguida, o porta-voz reiterou o relacionamento positivo mantido entre China e Noruega. “Nos últimos anos, a relação entre China e Noruega manteve franco desenvolvimento, o que contribui para os dois países e os dois povos”, afirmou Zhaoxu. “[O prêmio] vai contra o princípio do Nobel da Paz e trará danos para as relações bilaterais [entre China e Noruega]”.

O porta-voz acrescentou também que o desejo de Alfred Nobel – criador da premiação – era destacar a atuação de quem “promove a harmonia nacional e a amizade internacional”. O vencedor do Prêmio Nobel da Paz 2010 está preso na China sob a acusação de incitação pública contra o governo.

Ao anunciar hoje o nome de Xiaobo, o presidente da Fundação Nobel, Thorbjoern Jagland, afirmou que o escolhido foi premiado por 20 anos de “luta longa e não violenta” pela democracia no seu país. O vencedor do Nobel foi preso durante uma manifestação, em 1989, na Praça da Paz Celestial, em Pequim, na qual estudantes e trabalhadores chineses exigiram reformas democráticas no país.

Após o anúncio, a organização de Direitos Humanos Anistia Internacional – vencedora do Nobel de 1977 – afirmou que a premiação “coloca em evidência as violações de direitos na China” e pediu ao governo chinês que liberte todos os prisioneiros políticos detidos no país.

Entre os defensores da indicação do dissidente para o prêmio, estavam o ex-presidente tcheco Vaclav Havel, que também ganhou o Nobel, e o líder espiritual tibetano Dalai Lama, considerado “subversivo” pelo governo chinês.

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