Maçambiques e Quicumbis celebram Nossa Senhora do Rosário em noite cultural afro em Osório
Na chegada, as pessoas foram recepcionadas por alunos caracterizados da Escola Polivalente. O evento reservou vários momentos de resgate cultural com desfile de modas com roupas típicas e apresentações artísticas como a do grupo de danças de Capão da Canoa e do Coral Pequenos Cantores de Osório, além da degustação gratuita de feijoada ao público presente.
Com o evento, a Secretaria Municipal da Cultura pretende estimular os grupos culturais do município e região a manterem as suas tradições. “Conseguimos agregar além dos maçambiques, que preservam uma cultura de longa data, nós conseguimos fazer o encontro com os quicumbis de Mostardas e Tavares e a presença da comunidade prestigiando e difundindo esta tradição”, afirmou a Secretária de Cultura, Tâmara Carniel.
Um dos integrantes do grupo Quicumbi, há mais de 20 anos, Luís Faustino Lopes da Silva, herdou a tradição do pai e do avô e o seu filho já participa dos rituais. “Está sendo algo muito importante participar desta noite cultural porque a nossa cultura estava querendo parar e isso é um grande incentivo, fomos muito bem recebidos”, revelou Luís Faustino, de Mostardas.
Já o público, muitos não conheciam os rituais maçambiques apresentados no local. “Nunca tinha visto essas danças dos maçambiques, gostei bastante”, disse a moradora do Centro, Iolanda Carvalho que ainda prestigiou as demais apresentações da noite como Enzo e Rodrigo, Ivan Terra, Paulinho Di Casa e Jovens Coroas.
A Noite Cultrual Afro integra a programação da Festa em Louvor a Nossa Senhora do Rosário. Neste ano, o casal de festeiros da festa é o casal Jorge S. Alves e Maria Isabel Alves, o levantamento do mastro, junto à catedral, marca a abertura do evento na quinta-feira, dia 14, às 16h. A procissão ocorre no domingo, dia 17, após a missa que será realizada às 9h30min. A festa é uma realização da Paróquia Nossa Senhora da conceição, catedral de Osório, Prefeitura de Osório, através da Secretaria Municipal de Cultura e Grupo Maçambique.
Um pouco mais sobre maçambiques e quicumbis
Os maçambiques, representados pelo Rei Congo Sebastião Antônio e a Rainha Ginga Severina Maria Francisca Dias, originários de Osório, ainda têm no grupo os capitães da espada, o chefe dos dançantes, a vara dos dançantes, as alferes da bandeira e os tamboreiros, preservando através de cânticos, vestimentas e ritos, os costumes dos seus antepassados, que ainda no tempo da escravidão, viam na devoção à santa uma esperança para a sua libertação.
Já os quicumbis, são originários dos municípios de Tavares e Mostardas e se diferenciam nas vestimentas, usando boinas com um rosário e o rei congo Orlando Cardoso comandou as cantigas utilizando instrumentos de percussão diferenciados e tambores. Na tradição religiosa que virou uma expressão cultural, os quicumbis pagam as promessas realizadas a Nossa Senhora do Rosário realizando as danças e os cânticos do nascer ao pôr-do-sol e os devotos devem servir sopas, pães, vinho e cafés ao grupo quicumbi.
O ritual termina com uma capelã rezando todo o terço.