E os nossos, como ficam?
Até este momento mantivera-me em silêncio quanto ao episódio dos ganeses.
O governo federal, através do Departamento de Estrangeiros da Secretaria Nacional de Justiça e do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), determinou a organização de mutirão para protocolar o pedido de refúgio dos africanos e expedir carteiras de trabalho para que possam obter emprego.
Destarte, pelo que prevê o ambicioso e eleitoreiro governo federal, em duas semanas os ganeses receberão o referido documento e poderão – atente, meu generoso leitor – “poderão buscar” emprego no Brasil.
O que me causa estranheza é o reconhecimento dos ganeses como “refugiados”. Acaso refugiado é aquele que obtém um passaporte, adquire passagem aérea, passa incólume pela polícia alfandegária (pressuponha que mesmo em Gana deva haver) e, em alegre e saltitante bando rumem ao Brasil para “assistir” aos jogos da Copa do Mundo?
Quer me parecer, salvo melhor juízo, dourar a pílula, preciosismo.
Quem são os aludidos “refugiados”? Possuem família? Deixaram mulher, companheira? Abandonaram à sorte filhos e parentes? Se, de fato, existe perseguição, não mediram as consequências de eventual represália àqueles familiares? Então, de que índole são portadores os infelizes “refugiados”? Que habilitação trazem para as comunidades – como Caxias do Sul, em que é massivo o índice de demissões – ou em qualquer outra onde o mercado de trabalho se mostra escasso?
Antes que me crucifiquem soba pecha de preconceituoso, não há de tardar noticiários com a prisão de “ex-refugiado” ganês por assalto à mão armada. Torço com todas as forças de meu ser para que essa tragédia não se materialize.
O ano é eleitoral. O governo necessita mostrar a face “humanitária” para esconder nos escaninhos da hipocrisia a outra, a pegajosa, a mentirosa e a demagoga. As fajutas comissões e a “deputadinha federal” defensoras dos “direitos humanos” anseiam angariar estima, voto e prestígio com tão benemérita e generosa “adoção”.
E os nossos brasileirinhos, com famílias formadas, filhos em idade escolar, dívidas para pagar e a demissão batendo à porta. Sim, e estes, como ficam?