Diabetes – O futuro
INSULINAS ORAIS
Em 2006 chegou a ser comercializada uma insulina inalatória, retirada em 2007 porque não abolia as injetáveis. Nos anos a seguir uma insulina oral está bem mais próxima, uma boa promessa para os próximos anos.
CÉLULAS-TRONCO
Por possuírem potencial de se diferenciar em qualquer célula do organismo,pesquisadores tentam transformar células-tronco em células do pâncreas que irão produzir insulina. A ideia é coletar células-tronco de pessoa com diabetes e trata-las com medicamentos que forcem o sistema imunológico se desligar e, na sequência reimplantá-las para reorganizar o sistema de defesa de modo que ele não mais as atacará. Esta técnica será usada em pacientes com diabetes tipo 1 cujo sistema imunológico destrói as células pancreáticas originais.
Outra linha de estudos é a transferência nuclear de células somáticas. Consiste em uma célula–tronco receber o núcleo de uma célula madura já diferenciada que poderá se reproduzir e produzir insulina. Publicações recentes – abril de 2013 – pelo grupo do Dr. Young Gil Chung em colaboração da Universidade de Seul e a Universidade de Los Angeles tem obtido sucesso. Podem ser indicados tanto para o diabetes tipo 1como para o diabetes tipo 2.
REMÉDIOS COM ATUAÇÃO NOS RINS
Os rins excretam insulina filtrada, porém, podem reabsorvê-la por meio de um canal co-transportador chamado SGLT2.O alvo destes medicamentos ébloquear o funcionamento deste canal e permitir a excreção da glicose. No Brasil a dopaglifozina já está disponível e a canaglifozina tem previsão para os próximos meses.
INFUSÃO INTELIGENTE DE INSULINA
Já existentes no mercado há vários anos, bombas de insulina tem apresentado inovações, seja de hardware seja de softwares mais potentes e capazes de gerenciar melhor a entrada da quantidade de insulina no sangue. O sistema eletrônico CGMS (sistema de monitoramento contínuo de glicose), um sensor subcutâneo fornece, em tempo real, informações à bomba de insulina para ministrá-la da maneira adequada.
VACINAS
É da Universidade de Stanford a notícia de testes de uma vacina com capacidade de frear o sistema imunológico e assim evitar que ele ataque o pâncreas e destrua as células beta do diabetes tipo 1. Os dados publicados na revista Science Translational Medicine em junho de 2013 demonstram que aqueles que receberam a vacina, após um período de observação de 12 semanas, apresentaram menos destruição das células beta se comparadas com os que não receberam.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os gastos com a saúde ocupam, em geral, o quarto lugar nas despesas das famílias — atrás de custos com habitação, alimentação e transporte. De acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), 51,7% das pessoas abandonam o tratamento médico por falta de dinheiro para comprar o remédio. Essa parcela significativa da população que sofre os efeitos, inclusive econômicos, de doenças crônicas como diabetes e hipertensão agora pode se beneficiar do Programa Farmácia Popular, do Ministério da Saúde. Trata-se de uma parceria do governo federal com a rede privada de farmácias para a distribuição gratuita exclusiva de medicamentos destinados ao tratamento do diabetes e da hipertensão.
Os pacientes podem receber quantidades suficientes para um mês de tratamento.
O diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde, Dirceu Barbano, informa quais os remédios utilizados no diabetes que passam a integrar o programa: “Os medicamentos escolhidos foram a Glibenclamida (5 mg), Cloridrato de Metformina (500 mg e 800 mg) para uso oral, além de insulina humana NPH 100 UI/ml. São produtos eficientes e seguros para combater a patologia, além de constarem na lista de recomendados pela Organização Mundial da Saúde e pelos consensos nacionais e internacionais de tratamento do diabetes.” http://revistavivasaude.uol.com.br/saude-nutricao/26/artigo22453-1.asp/
Fonte: Vanessa Heimbecher Soares – endocrinologista